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Vila da Calheta, São Jorge. Um pouco de História.


'O concelho da Calheta, com uma área total de 127 km2, é um dos dois em que está dividida a ilha de São Jorge (...).
Tendo nascido junto ao porto, a Calheta é uma das mais antigas povoações da Ilha de São Jorge. Em 1483 já possuía um núcleo populacional que foi crescendo e alargando-se para a Fajã Grande, Ribeira Seca, Relvinha, Biscoitos e Norte Pequeno.
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Dado o seu crescimento e notoriedade, a Calheta foi desanexada do Concelho de Velas, por carta régia de D. João III, de 3 de Junho de 1534, tendo sido elevada a Vila e Sede de Concelho.
Nos secs. XVI e XVII, a Vila da Calheta foi alvo de sucessivos ataques de corsários Ingleses e Franceses, bem como de piratas Turcos e Argelinos, alcunhados por 'Mouros do Canal'.
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No sec XVIII, São Jorge foi atacado pelo corsário francês 'du-Guay-Troin' e, em 1816, um corsário argelino, que procurava apoderar-se de um navio mercante, é repelido pelos tiros de fortaleza da Calheta.
A Calheta e a Ilha de São Jorge foram atingidas, entre o sec. XVI a XIX, por outras calamidades, como privações e crises alimentares em maus anos de colheita, bem como por sismos e erupções em 1580, 1757, 1808, 1964, 1980 e 1998.
A primeira luta social foi o motim da Calheta, mais conhecido por 'Motim dos Inhames', suscitada pela revolta dos locais que eram obrigados a pagar o dízimo pelas colheitas e, de um modo especial, pelo inhame. Foi o lançamento destes avultados impostos que originou o 'Motim do Inhames', o primeiro grito de liberdade a seguir à Guerra da Sucessão, o que fez com que as armas calhetenses tenham as folha de inhame.
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Terra de tradições marinheiras, a Calheta dispunha de um estaleiro em que se construíram embarcações de várias espécies (...). A actividade entrou em declínio a partir de 1892, com o estabelecimento de carreiras regulares, por navios a vapor, nas ligações entre ilhas e com o exterior.
A indústria conserveira ocupou um espaço importante na economia do Concelho, chegando a Vila a dispor de duas fábricas em laboração simultânea. A actividade esteve extinta durante vários anos, tendo sido reactivada pela Câmara Municipal, através da Fábrica Santa Catarina.
Os lacticínios continuam a ser a principal indústria do Concelho, através da produção (...) do famoso queijo de São Jorge, produto natural muito procurado no país e no estrangeiro, afirmando-se como um dos nossos produtos naturais mais valiosos.
A doçaria também teve relevo económico no Concelho, destacando-se as espécies, rosquilhas de aguardente e rosquilhas fervidas.'

Fonte do texto: Guia Turístico da Calheta, São Jorge, Açores

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