Almeida Firmino




"O POETA AINDA EXISTE...."

"Poeta ilhéu de todos os grandes temas universais, João Júlio de Almeida Caldeira Firmino debruça-se sobre a grandiosidade de Deus e do Homem, do Amor e da Morte, da Tristeza e Saudade, da condição de insular.
Nascido a 8 de Fevereiro de 1934, na Rua da Sé, cidade de Portalegre, filho de João Caldeira Firmino e de Irene Trindade Almeida Firmino manifesta desde cedo inclinação para as letras e é aluno de José Régio que deixa marca indelével em toda a sua poesia.
Em 1954 seu pai é transferido para a Secretaria do Tribunal da Comarca de Angra e Almeida Firmino experimenta o seu primeiro trabalho – operário da Base Aérea das Lajes. No mesmo ano é chamado a cumprir o serviço militar do qual sai, por baixa, em 1956. Concorre, então, ao lugar de escriturário dos quadros de pessoal dos Tribunais e é colocado no Tribunal da Vila de São Roque do Pico, que se viria a tornar a sua terra bem amada.
Não tendo deixado obra de vulto, pois as tiragens das suas edições não ultrapassavam as duas/três centenas de exemplares, o seu nome não chegou a atingir divulgação nacional. Porém, com 166 poemas sob sete títulos apenas, o seu legado abrangeu vinte anos de uma profundidade dramática autêntica e expressiva da insularidade que marcou a sua existência.
Almeida Firmino construiu em si uma alma manifestamente insular e paradoxalmente universal, enquanto mundividente dos grandes temas humanos. E aplicando uma estética de um certo classicismo formal e fónico-rítmico transpôs com realismo toda uma cultura assimilar.
Poeta da "Ilha Maior", funcionário do Município, é homenageado pela Câmara Municipal de São Roque do Pico, com a atribuição do seu nome a um prémio que distingue outros que como ele contribuem para o enriquecimento da nossa cultura."   - Municipio de S.Roque do Pico

"Graças à obra *"Narcose" recuperou-se o poeta Almeida Firmino. Recuperá-lo através da sua poésia que, por enquanto, aguarda leitura(s) maiore(s) e mais atenta(s), procurando colher, da multiplicidade das suas componentes, as grandes lições que alimentam a vida. Até porque nos tempos que correm, nada é mais importante do que recuperar um poeta". - Álamo Oliveira



AINDA, E DE NOVO, O CAIS
  
"Ainda,
E de novo,
O cais.
Eu espero
De mãos vazias
E inúteis
Uma nova mensagem.
De longe
Da ilha interdita
Vêm as naus
Sem temas.
No regresso
Levam
Em suas asas
Meus poemas.
...Sim, mais uma noite
Nua de presenças
A névoa e memória."
 Almeida Firmino, Narcose pag. 77

 *Pode encontrar este livro "Narcose - Obra poética completa", no Centro
Multimédia/Quiosque de Turísmo de São Roque do Pico.


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