A tradição de trabalhar em miolo de figueira
remonta aos meados do século XIX, segundo o que o consta no Arquivo dos Açores,
na ilha do Faial. Teria nascido de mãos femininas, como arte aplicada do lar. Outras
fontes fazem referência às flores de miolo de figueira que na mesma época eram
criadas nos conventos micaelenses. Cestos, navios, figuras regionais, emblemas
hieráticos, flores, moinhos e outros eram miniaturizados a partir da “medula
dos galhos de um arbusto”!
Medalhão peito com flor miolo figueira |
Esse miolo é extraído da
Figueira-Brava, espécie endémica dos Açores, embora também se trabalhe o miolo
da azálea e da hortênsia. O miolo da figueira prevaleceu pela sua maior resistência
e pela cor branco mate que apresenta, quando colhido na altura própria. Trata-se
de um trabalho pouco exigente em termos de utensílios, pois pouco mais do que
uma navalha bem afiada é suficiente. É uma arte tecnicamente delicada na composição,
onde até a própria respiração poderá desviar as pequenas lâminas, leves e
transparentes, que constituem a base desses trabalhos.
Moldura com rosas em miolo de figueira |
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