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Tradições do Natal Açoriano




O Natal é a celebração do Nascimento de Jesus em Belém e assinala um ritual secular da cultura cristã, onde a paz e a solidariedade imperam. É também a festada Família, tempo consagrado ao espírito de união e amizade. Os preparativos e as vivências inerentes à quadra natalícia revestem-se de intensa simbologia. Cabe-nos aqui referir algumas das tradições do Natal açoriano, em particular de São Miguel, muitas das quais ainda subsistem. No início do Advento, com as Novenas do Menino Jesus começa a preparação espiritual para as celebrações religiosas. Estas orações constituem um eco anunciador da festa da Família, que irmana todos no mesmo espírito de fé. De 16 a 24 de dezembro realiza-se também a Novena de Natal, que no passado decorria na igreja, de manhã bem cedo. Armar o presépio, ou lapinha, é outra tradição fortemente enraizada no povo açoriano. Objeto de entusiasmo e admiração, especialmente dos mais pequenos. Em alternativa ao presépio, é costume montar o altarinho do Menino Jesus, que se dispõe sobre a cómoda do quarto principal da casa, ou numa mesa encostada à parede. Entre o dia de Santa Bárbara e o da Imaculada Conceição, ou então no dia de Santa Luzia, coloca-se a grelarem tigelas e pratinhos, ervilhaca, trigo, milho, tremoço e alpista para, juntamente com laranjas e tangerinas, enfeitar o presépio ou o altar do Menino Jesus. No passado, nas casas de piso térreo ou de pedra, ramos de criptoméria ou pinheiro, picados e depositados no chão, emanavam um aroma festivo, complementado por outras verduras dispostas pela casa, como cedro ou incenso. A nível decorativo, ainda hoje na época de Natal são utilizadas em muitas casas açorianas, camélias, estrelícias e outras flores da época. Relativamente à árvore de Natal, costume de origem pagã que foi assimilado pela nossa cultura, tornou-se também uma tradição desta quadra, sendo no passado enfeitada, entre outros elementos decorativos, com postais de boas festas que vinham das terras de emigração açoriana. No Natal a mesa é mais abastada. Nos meios rurais, próximo de dia de São Tomé, 21 de dezembro, era costume matar o porco, tradição fortemente enraizada que constituía uma fartura para a casa. As melhores galinhas e os capões eram também guardados para a consoada e para o dia de festa.

Fonte: http://www.culturacores.azores.gov.pt

Ana Cabrita

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