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Lenda do Poço das Asas


Há muitos anos, no Chão Frio, freguesia da Praia do Almoxarífe, vivia uma formosa camponesa de pele morena, longos cabelos pretos e doces olhos castanhos.
Fruto da sua enorme beleza pretendentes não lhe faltavam, no entanto, a camponesa já se tinha entregue de corpo e alma a um fidalgo local que, todas as noites a aguardava, ocultamente, neste sitio do Poço das Asas.
Como não podia deixar de ser, nas trágicas histórias de amor, os dois apaixonados foram descobertos e, desse modo, os restantes pretendentes juraram destruir aquele amor. 
Assim sendo, numa noite em que a rapariga aguardava o seu amado, três dos seus pretendentes rejeitados assassinaram-na e atiraram-na para dentro do poço. 
No dia seguinte, ainda de madrugada, quando as mulheres do pequeno local foram buscar água ao poço, encontraram o cadáver da camponesa caído na água, rodeado de penas brancas.  
Segundo a lenda, dois dos assassinos fugiram e o terceiro, cheio de remorsos, enlouqueceu. Todos os dias sentava-se junto ao poço olhando fixamente para a água e a quem passava dizia que "viessem ver as penas saídas das asas de anjo que ali estavam à superfície da água, e acusando-se do seu crime, acrescentava que a camponesa quando fora morta trazia no ventre uma criança e que o anjinho, ao despedir-se dolorosamente da vida, havia deixado cair algumas penas das asas na superfície da água.
E foi devido a esta triste história que este poço ficou conhecido como o Poço das Asas. 

Fonte: http://www.lendarium.org/narrative/o-poco-das-asas/?tag=128
   

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