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Excerto de um Bando de Carnaval feito na Ribeirinha




Bando de 1936



“Meus senhores e senhoras
Prestai a vossa atenção
A um homem d’alta escola
Com diploma de tabelião.

Sou formado em Coimbra
Grande escola de talentos,
Em linguagem de burro
Para fazer testamentos.

Adoeceu um cavalo
Para as bandas da Prainha,
Por isso vieram vendê-lo
Ao lugar da Ribeirinha.

Vamos agora ao dono
Que ficou com um burrinho,
Tratou de o examinar
Do rabo, até ao focinho.

Pra moer ou acarretar lenha
Ou seja para o que for…
Passa-lhe a mão pela testa
Coitadinho meu amor…

No outro dia de manhã
Quando ia para o trabalho,
Encontrou pelo caminho
O amigo Ramalho.

Ó besta elegante
Ela será para Vender?
O outro respondeu logo:
- É coisa que pode ser.

Eu vou-te pedir um preço,
E não é para ratinhar,
São quatro dias de tirar terra
Ou então para sachar.

Comprou ali o cavalo
Caminhou logo a correr,
Pra ir dizer à mulher
Temos besta pra moer.

O passadio do cavalo
Era andar pela ribeira,
A procura nos buracos
Os ninhos de vinagreira.

A mulher foi amarrá-lo,
Porque tinha que fazer,
Num marouço do aposento
Onde havia que comer.

Quando se lembrou do burro,
Daí a grande bocado,
- Amarrei-o por um pé
Não se tenha ele embrulhado.

Mas assim que lá chegou
Já ele estava no chão,
Com agonias lhe disse:
Vá chamar o tabelião.

Quando eu lá cheguei
O que dor de coração
A custo pode dizer
Vá escrevendo tabelião.

As minhas unhas dos pés
Hão-de m’ as aproveitar
P’ros quatro donos que tive,
Para pedras d’amolar…

A minha pele bem serena,
Com dez varas de largura,
Fica p’ros que m’arrastarem
Às bordas da sepultura.

A mula do Manuel Leal
Também há-de ser minha herdeira,
Dos meus bofes e do fígado
E também da coalheira.

Deixo minha cabeça
A que nunca faltou tino
Ao cavalo do João Biscaia
Porque ele também é meu primo.

A minha forte espinhela,
Bem forrada c’uma saca,
É para a burra do Joaquim Machado
Que a dele já está fraca.

Agora o resto que fica
Até mesmo o coração,
É p’rá minha velha amiga
A burra do Alemão.

Todos os herdeiros morreram
Deste mal apegadiço,
Não puderam fazer mais
Aos donos o seu serviço.

Eu não ofendi ninguém
E ninguém me ofendeu,
Ninguém se pode zangar
Foi isto que aconteceu.

A todos peço desculpa
Pela leitura disto tudo,
Isto é um passatempo
Desta festa do Entrudo.”

 João San João


Fonte: livro “o Bando da Burra” – Bandos Carnavalescos e crítica Social 1936 a 2008










Lenda de Nossa Senhora dos Milagres - Ilha do Corvo










Lá pelo século XVI, num dia de mar manso, andavam uns homens nos calhaus do Porto da Casa a apanhar peixe ou a procurar restos de madeira trazidos pelo mar. Inesperadamente deram com um pequeno caixote à beira da água, muito bem feito e que despertou logo muita curiosidade. Abriram-no com cuidado e tiveram uma grande alegria quando encontraram dentro uma pequena imagem de Nossa Senhora do Rosário. 

    A notícia correu pelo pequeno povoado, e toda a gente se juntou para ver a santinha. Alguém reparou que a imagem trazia um escrito, que logo foi decifrado pelos poucos que sabiam ler. Dizia assim a inscrição: «No lugar onde eu sair, façam-me uma ermida». 
    As pessoas ficaram muito animadas e, embora não tivessem muitas posses, decidiram que se haviam de juntar e construir una ermidinha no Alto da Rocha. Passado algum tempo, a notícia de que uma imagem da Senhora do Rosário tinha aparecido no Corvo espalhou-se pelos Açores e chegou a Lisboa. Daí veio alguém para levar a imagem. O povo do Corvo ficou revoltado por se quererem apossar do que era seu, mas não pôde fazer nada. 
    A imagem foi levada para qualquer templo em Lisboa. Aí, uma coisa estranha omeçou a acontecer: Nossa Senhora amanhecia todos os dias com o manto molhado, como se tivesse feito uma grande viagem por mar. E assim era. A santinha aproveitava a noite para vir visitar a pequena ilha do Corvo, onde queria estar. 
    Os padres de lá começaram a ficar perturbados com o acontecimento inexplicável. Até que um disse: 
    — Esta santa não se quer aqui. Desde que ela cá chegou, o manto está sempre alagado. Isto é um sinal. Ela tem de ir para onde saiu. 
    Alguns concordaram, e outros, não, mas, passado algum tempo, durante o qual o estranho acontecimento se continuava a dar, mandaram a imagem de volta para o Corvo. 
    A alegria do povo foi grande quando recebeu a sua santinha. Fizeram-lhe uma pequena ermida sobre a rocha, sobranceira ao Porto da Casa, onde ela tinha aparecido e queria ter a sua morada. Dali passou a proteger os Corvinos e a fazer muitos milagres, pelo que a baptizaram com o nome de Nossa Senhora dos Milagres.




Fonte BiblioFRAZÃO, Fernanda Passinhos de Nossa Senhora - Lendário Mariano Lisboa, Apenas Livros, 2006 , p.17-18

O que diz o Washington Post dos Açores? "Paraíso exótico" e "Éden intocado" são apenas dois exemplos.





A jornalista norte-americana Jeanine Barone mostra mais uma vez a sua paixão pelos Açores, agora num artigo publicado no Washington Post, esta semana.


"Um paraíso indomado a apenas algumas horas de avião dos Estados Unidos" é o título da peça.

Neste artigo a jornalista fala das qualidades e características do arquipélago, que se mantêm inalteradas pelo tempo.

Um "Éden" de praias de areia preta, cascatas grandiosas, lagos e estradas ladeadas por hortênsias, que levam a povoados típicos do Velho Mundo, são mais algumas ideias.

Há ainda referência às crateras, aos géisers e às águas termais destas ilhas, que ganharam novas acessibilidades turísticas com os voos de companhias low cost, como refere a jornalista.



Fonte: http://www.iloveazores.net

Carnaval 2017 no Teatro Angrense - Ilha Terceira


O Teatro Angrense, na Ilha Terceira, receberá danças e bailinhos de carnaval amanhã dia 25 de fevereiro a partir das 20h00 e nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro a partir das 17h00. Os bilhetes diários têm um preço único de 5 euros, sendo que o passe para os 4 dias tem o valor de 17 euros. Podem apenas entrar crianças a partir dos 3 anos.
Bilheteiras:
Centro Cultural e de Congressos - A partir de 19 janeiro, de quinta a segunda das 17h00 às 18h30 e das 19h30 às 22h30
Teatro Angrense - De 25 a 28 de fevereiro das 17h00 às 22h30



Fonte: http://www.culturacores.azores.gov.pt/agenda/?id=15072


Carnaval da Ilha Graciosa



A ilha Graciosa, há muito que começou a festejar o Carnaval, que ao invés de três dias dura aqui três meses. É um Carnaval, acima de tudo, de dança de salão, com a variante muito forte de concurso de fantasias. O Carnaval na ilha Graciosa, é celebrado com muita dança em vários locais da ilha, onde às típicas músicas da quadra se juntam o “baile de violas”, dançado a um ritmo mais lento e em roda para “recuperar forças”, e ainda o “baile chocolate”, em que os cavalheiros que convidam as senhoras para dançar têm de lhes oferecer um chocolate no bar. Este ano, a terça-feira de Carnaval será celebrada a 28 de fevereiro, mas “mal acaba o Natal começam logo os bailes na ilha”, uma espécie de preparação para o Carnaval, ainda sem máscaras ou fantasias e que se intensifica “quando faltam três semanas” para a festa do rei mono. Os bailes  decorrem, normalmente, entre as 22h00 e as seis ou sete da manhã do dia seguinte, um pouco por toda a Graciosa, em salões com entrada gratuita, sendo a tradição local percorrer, na mesma noite, vários bailes.
Carnaval Graciosa 2016 | Graciosa Futebol Clube - Baile de Segunda-Feira


No domingo de Carnaval, as fantasias dos vários clubes apresentam os seus trajes e as suas coreografias à população local e a quem nos visita nesta época, no pavilhão Municipal por volta das 15h00.

Desfile de Fantasias, Escalão Juvenil,no Pavilhão Municipal,2016




Fonte: http://omirante.pt/arquivo/2014-02-02-o-carnaval-na-ilha-graciosa-nos-acores-dura-tres-meses
Andreia Silva

Museu dos Lacticínios das Lajes das Flores








Localizado na zona de Entre-Cancelas nos Morros, o actual museu é a memória viva da industria de laticínios nas Flores.
A “Frutuária de Produção de Lacticínios dos Morros e Monte” - assim se denominava a segunda mais antiga cooperativa das Flores -, teve a sua constituição oficial em finais 1918, iniciando a sua actividade provisoriamente, no começo desse ano, numa casa arrendada.
A 12 de Junho de 1931, inaugurava as suas instalações próprias onde se produziu inicialmente manteiga e mais tarde, na década de setenta, muitas toneladas de queijo, rentabilizando assim uma das principais fontes da economia local – a produção de leite – e assim fazendo jus ao movimento associativo recentemente criado nas Flores e nos Açores pelo distinto  Senhor Padre José Furtado Mota, pároco do Lajedo.
De “Frutuária de Produção de Lacticínios dos Morros e Monte”, passa, em 1935 a “ Cooperativa Agrícola de Lacticínios dos Morros e Monte, e mais tarde, na década de 1950, muda o nome para “Cooperativa Agrícola de Lacticínios Nossa Senhora do Rosário”. Chegou a abranger as freguesias do Mosteiro e da Fajãzinha e num passado mais recente o Lajedo e a Costa  ( já na segunda metade do século XX) , sendo considerada nessa época a maior cooperativa insular, atingindo assim a Fábrica de Nossa Senhora do Rosário uma laboração de mais de 700.000 litros de leite anuais. Em 1979 foi a principal cooperativa produtora de queijo das Flores, com 22,3 toneladas.
Suspendeu a sua actividade em Outubro de 1988. Foi a última Cooperativa das Flores a se desintegrar, e foi mais uma que nominalmente passou a constituir a actual União das Cooperativas da Ilha das Flores .

Uma pequena e grande instituição com 80 anos de existência cuja história e memória dos seus associados queremos aqui preservar e perpetuar.
Não é permitido usar fotos do interior do Museu.


Fonte: Câmara Municipal de Lajes das Flores



Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, em Angra, criam Clube de Leitura

A Direção Regional da Cultura, através da Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, promove a criação da iniciativa “Folhas de Quinta”, um Clube de Leitura que visa promover a leitura e o gosto pelo livro, bem como do pensamento e do espírito crítico.
Este Clube de Leitura, orientado por Luísa Ribeiro, decorrerá todas as quintas-feiras, com exceção dos meses de julho e agosto, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, entre as 17h30 e as 19h00.
Esta iniciativa, virada para o público adulto, está limitada a 15 participantes, decorrendo o período prévio de inscrição até ao dia 24 de fevereiro.
Os interessados deverão inscrever-se através do email Maria.LC.Ribeiro@azores.gov.pt ou diretamente na Biblioteca.
As “Folhas de Quinta” aparecem com o propósito de conhecer, interpretar e apreciar as obras dos escritores convidados mensalmente para a iniciativa “Encontro com Escritores”.
Os participantes irão ler antecipadamente, e em grupo, algumas obras ou excertos de obras do autor convidado, num diálogo que tem como objetivo difundir o interesse pela literatura, pelo debate e pela compreensão da importância do livro na vida humana.
A partir do livro escolhido propõe-se um conjunto de interpretações que ajudarão os participantes a descobrir, através das personagens e da construção narrativa, uma filosofia de vida, que vai ao encontro dos temas universais da literatura.
Luísa Ribeiro, natural da ilha Terceira, tem dois livros de poemas publicados e está representada em diversas revistas e antologias no país e no estrangeiro.





Fonte:http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/novidades/Biblioteca+P%C3%BAblica+e+Arquivo+Regional+Lu%C3%ADs+da+Silva+Ribeiro+cria+Clube+de+Leitura.htm
 
 
Patrícia Machado

Submarino alemão da II Guerra Mundial encontrado a sul do Pico


Os destroços do U-581, um submarino alemão da II Guerra Mundial, foram encontrados a sul da ilha do Pico, a 870 metros de profundidade, e formam atualmente um autêntico recife de corais de águas frias.

Foto da autoria de Fundação Rebikoff-Niggeler
Esta descoberta foi efetuada por uma equipa de investigadores da Fundação Rebikoff-Niggeler, sendo que no dia 2 de fevereiro de 2017 fez exatamente 75 anos que este submarino naufragou em frente à costa sul da ilha montanha, após ter sido perseguido e atacado pelo navio "HMS Westcott", um destroyer inglês que se encontrava no Faial.

O sítio dos destroços de U-581 representa uma oportunidade científica para se poder estudar a formação de um recife de corais de águas frias, sendo que a data exata do afundamento e, consequentemente, a idade máxima dos organismos que colonizaram o naufrágio são conhecidos.

Para saber mais acerca deste assunto e da história deste submarino visite:   http://www.rebikoff.org/submarino-U-581/submarino-u-581.html

Fonte: http://www.rebikoff.org/submarino-U-581/submarino-u-581.html

Ponta do Carapacho, Ponta da Restinga e Ilhéu de Baixo - Geossítios Ilha Graciosa


As Pontas do Carapacho e da Restinga são falésias costeiras que revelam a história do vulcão central da Caldeira da Graciosa, nomeadamente a sua fase inicial submarina basáltica (ex: o Ilhéu de Baixo, resquícios de um vulcão submarino). No Carapacho, as qualidades terapêuticas da água termal (40ºC) são bem conhecidas e exploradas.



Fonte: http://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=20

Mares dos Açores são um dos Maiores Santuários de cetáceos do Mundo






Os Açores são actualmente um dos maiores santuários de baleias do mundo. Entre espécies residentes e migratórias, comuns ou raras, avistam-se mais de 20 tipos diferentes de cetáceos nas suas águas. O número impressiona e corresponde a um terço do total de espécies existentes. 

Estamos num ecossistema de características únicas. Com a presença das majestosas baleias e dos simpáticos golfinhos, o azul do Atlântico torna-se ainda mais mágico e abençoado em redor destas nove ilhas. E traz para os novos tempos, onde preservação é palavra-chave, um grito antigo: “Baleia à vista!”. 

A observação de cetáceos é uma actividade que pode ser praticada nas águas de todo o arquipélago. A facilidade de encontrar baleias e golfinhos nestas paragens foi acompanhada pelo desenvolvimento de operadores turísticos dinâmicos e respeitadores da vida animal. Há por isso vários pontos de partida, espalhados por várias ilhas, que servem de base para quem queira contactar com os encantadores mamíferos. 


Após a partida do barco, o vasto oceano é o cenário em que decorrem os encontros maravilhosos entre humanos e seres marinhos. Antes da partida, um briefing explica as espécies a avistar, medidas de segurança e procedimentos a adoptar para não interferir com a vida marinha. 

A bordo das embarcações de fibra ou semi-rígidas, é obrigatório o colete salva-vidas. Em certas condições meteorológicas, aconselha-se o uso de calças e casaco impermeável (normalmente providenciados pelos operadores). As saídas costumam ter uma duração aproximada de três horas. 

O avistamento das baleias e golfinhos mistura salpicos de água salgada com um turbilhão de emoções. No regresso a terra firme, nasce o desejo de regressar ao mar.



Fonte: ruralea



http://www.iloveazores.net

Museu Carlos Machado organiza oficina de cerâmica figurativa

A Direção Regional da Cultura, através do Museu Carlos Machado, promoverá de 24 a 26 deste mês, nos núcleos de Arte Sacra e de Santa Bárbara, em Ponta Delgada, a realização de uma oficina de cerâmica figurativa, orientada pelo ceramista Delfim Manuel, designada a participantes com conhecimentos em cerâmica.
As sessões decorrerão no dia 24, sexta-feira, das 14h00 às 17h00, no dia 25, sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00 e, no dia 26, domingo, das 10h00 às 13h00.
Para inscrições e informações, os interessados devem contactar a equipa do Serviço Educativo do Museu Carlos Machado, através do telefone 296 202 930.
Nesta oficina, o Mestre Delfim Manuel passará conhecimentos sobre o movimento e a expressividade necessárias às figuras de barro que identificam o seu trabalho.
O espírito criativo, o talento de execução e a complexidade de elementos das suas obras, nomeadamente as de expressão religiosa, como os presépios e as custódias, fazem de Delfim Manuel um dos melhores ceramistas dos dias de hoje.
 

 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.acorianooriental.pt/noticia/museu-carlos-machado-promove-oficina-de-ceramica-figurativa
 
 
Patrícia Machado

Carnaval na ilha do Pico


Estamos no mês de Fevereiro, mês em que se festeja a amizade, o amor e claro o Carnaval!
O Carnaval nos Açores é um misto de Entrudo, com bailes, matinés, danças, marchas, alegria muita brincadeira e não esquecendo a nossa rica gastronomia. Nos Açores embora tenhamos nesta época costumes semelhantes, alguns podem variar de ilha para ilha. Algumas tradições com o passar dos tempos foram desvanecendo mas outras ainda se mantêm.
Deixamos aqui neste post uma nota de Ermelindo Ávila que nos dá um testemunho do Carnaval da ilha do Pico antigamente e de como é na actualidade.  

Carnaval da ilha do Pico

Chegados somos ao Carnaval ou Entrudo, os três dias que precedem a quarta-feira de cinzas ou entrada na Quaresma.
E os dicionários definem o Entrudo ou Carnaval como dias de praticar jogos com água, talco, tinta, etc. Dias de folguedos – mascarados, em que se comem viandas e guisados de carne.

Por aqui eram as filhós, as fatias douradas; os torresmos e a linguiça, para aqueles que matavam porcos.
Mas esses hábitos tradicionais de comemorar o Carnaval hoje são raros ou mesmo já quase desapareceram.
Ponta Delgada ainda há poucos anos conservava a “batalha das limas e água”. E, naturalmente, mantém esse “violento” desporto. Nas outras ilhas, ao menos no Pico, é costume que há muito desapareceu. Conservavam as máscaras e o enfarinhar, com farinha de trigo ou pó de arroz ou talco, mas isso também foi a pouco e pouco, desaparecendo. Aliás era, por vezes, uma maneira grosseira de festejar o Carnaval. Foi substituído, e bem, pelos bailes de fantasias nas sociedades recreativas ou em algumas, poucas, casas particulares.
Na freguesia da Piedade havia o “bando”, um pregão pouco cortês, onde eram apresentadas, entre “chacotas”, as mazelas ocorridas durante o ano e que, na terça-feira de Entrudo eram apregoadas, e ainda são, de cima de um muro, aos muitos curiosos que lá apareciam e que, dada a maneira como eram apresentadas, eram motivo de grande hilaridade. Chamavam-lhe o“testamento do burro”, embora o animal tivesse caído de uma rocha e morrido há vários anos.
Há meio século, o Carnaval era comemorado nas quatro semanas que antecediam a Quaresma. Não passavam de simpáticas e acolhedoras reuniões familiares, nas quintas-feiras de amigos e amigas, compadres e comadres e nos sábados e domingos seguintes. Essas reuniões familiares serviam para ver algum mascarado que aparecia com seus entremezes a divertir os assistentes. Numa ou noutra sala, se o espaço permitia, bailava-se, a tradicional chama-rita nos intervalos das passagens dos mascarados. Depois, foram aparecendo as sociedades recreativas e era nelas que os bailes passaram a realizar-se, com notória frequência e com alguns figurantes fantasiados. Uma maneira, aliás simpática, de festejar a quadra, e passar o serão dentro daquele espírito de fraterna convivência que era tradicional.
    Presentemente, com as transformações sociais que se operaram, nem se sabe se estamos na época carnavalesca muito embora nas últimas quintas-feiras os amigos e as amigas, os compadres e as comadres se hajam reunido para uma “jantarada” que, outrora, seria a ceia. Estamos, pois, chegados à Quaresma. Um tempo forte para os católicos que os demais nem a isso ”ligam”, como dizem empavonadamente.
Mais um Carnaval está a decorrer. Que todos se divirtam com ordem, paz e harmonia.

Nota de Ermelindo Ávila
Fonte: http://domeuretiro.blogspot.pt/search/label/matan%C3%A7as%20do%20porco

Ana Cabrita e Andreia Goulart


Receita de malassadas


http://oaventaldaana.blogspot.pt/

Não há carnaval sem malassadas/filhoses. Como não há carnaval sem danças e bailinhos de entrudo. Nesta época de alegria e cor só é completa com essas doçarias tradicionais, coscorões, filhoses do forno e filhoses fritas ou malassadas.


Num alguidar, deita-se 1 kg de  farinha com um buraco no meio onde se deita 6 ovos batidos, 2 colheres de sopa de  açúcar, 1 barra de fermento diluído em leite morno,  raspa de limão, 2 colheres de sopa de  manteiga, 1 cálice de aguardente e 1 colher de chá de sal , amassando-se muito bem. À medida que se vai amassando, vai-se juntando, a pouco e pouco,  leite  até se obter uma massa mais branda que a do pão de trigo. Se for necessário tornar a massa mais leve, pode-se juntar o leite necessário.
Põe-se a levedar em local bem quente, embrulhando o alguidar com um ou dois cobertores, para que a massa levede depressa.
Quando a massa estiver  levedada, e com os dedos untados de óleo   ou leite, tiram-se bocadinhos de massa que se moldam em forma circular, bem estendida no meio, e se  fritam em óleo bem quente. Depois de fritas, polvilham-se as malassadas com açúcar, ou com açúcar e canela.

Carnaval em São Jorge

O Carnaval, de uma forma geral, é uma época de animação, alegria, música, cor e muita folia.
Nesta época do ano, miúdos e graúdos saem para a rua mascarados com os trajes mais engraçados para animar tudo por onde passam.
Em São Jorge, é costume nesta altura do ano fazerem-se bailes de máscaras ou festas alusivas ao Carnaval, como concertos à noite em que as pessoas podem ir disfarçadas ou não. Em muitos destes bailes, são atribuídos prémios aos disfarces mais engraçados.
Nas escolas, comemora-se também e muito o Carnaval. Todos os alunos, desde os mais pequeninos aos maiores, contínuos e professores, desfilam pelas ruas das vilas com os seus disfarces.
 
 
Normalmente, agrupam-se todas as escolas da mesma vila, desde jardins infantis até às escolas secundárias e, juntos fazem um enorme desfile com muita música, muitas serpentinas e confettis.
E assim se comemora em São Jorge, um dos dias mais divertidos do ano.
 
 






Patrícia Machado

XVI Festival da Canção Infantil









Todos os anos a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores realiza o Festival da Canção Infantil no mês de Março.
Entram-se inscrições abertas até ao dia 24 de Fevereiro.

Fonte: Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores

Dia dos Namorados



O Dia dos Namorados, ou Dia de São Valentim, celebra-se sempre a 14 de fevereiro. Este dia é conhecido por ser o dia mais romântico do ano, no qual os casais trocam mensagens, cartas, presentes e outras ofertas, de forma a mostrar e comemorar o amor que sentem um pelo outro.  
A história do Dia de São Valentim remonta ao século III d.c. O Imperador Romano Claudius II proibiu os casamentos, para assim angariar mais soldados para as suas tropas. Um sacerdote da época, de nome Valentim, desrespeitou este decreto imperial, realizando casamentos. O segredo foi descoberto e Valentim foi preso, torturado e condenado à morte. Antes conseguiu enviar e receber algumas cartas ainda na cela, o que originou a troca de cartões neste dia, os "valentines".

Algumas sugestões: 

Prendas para o Dia dos Namorados: 
Rosas vermelhas, chocolates, peluches e perfumes são alguns dos presentes mais oferecidos no Dia dos Namorados.

Mensagens para o Dia dos Namorados: 
Neste dia deve declarar o seu amor pela pessoa amada. Seja através de uma carta, postal, vídeo ou até dedicando uma música à sua cara metade, expresse o seu amor de forma romântica. Dedique-lhe e cante-lhe também músicas românticas.


Fonte: https://www.calendarr.com/portugal/dia-dos-namorados-dia-de-sao-valentim/

Carnaval Ilha das Flores










Antigamente na Ilha das Flores o Carnaval era festejado com danças de arcos.
Cada dança era composta por vários pares de homens, cada par um ia vestido de mulher e tinham um arco colorido que em conjunto faziam a dança dos arcos.
As danças tinham um mestre e um contramestre. O mestre era o responsável pela letra e música da dança e o contramestre ajudava a dança nos passos correctos e cruzamento dos arcos para todos estarem sincronizados.
Desfilavam durante 4 dias por todas as freguesias da Ilha das Flores acompanhados por tocadores de violas, bandolins e violinos.
Temas usados nas danças de arcos são política, dia a dia das pessoas e histórias locais.
Hoje em dia estas danças já não existem, foram substituídas pelos Bailinhos de Carnaval que costumam actuar nas Casas do Povo ou outros espaços em edifícios públicos.

Fonte: Senhor Ernesto Silva