O Turismo de Natureza, mais recentemente denominado de “Ecoturismo”, poderá ser definido como um segmento da actividade turística que utiliza de forma sustentável o património natural e cultural, incentiva a sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente e valorização da diversidade cultural, promovendo o bem estar das populações e o desenvolvimento dos meios rurais. É conotado como “turismo de qualidade” por excelência.
É uma modalidade de turismo que se propicia a ser rentabilizado/fruido nos Açores e particularmente em Santa Maria (em virtude das suas particularidades climáticas), durante uma faixa temporal alargada, que além do Verão, pode extender-se à Primavera, ao Outono e até a alguns dias da época invernosa, sendo exemplo disso os vários passeios pedestres e circuitos de interpretação ambiental que se têm realizado na ilha, nesta última estação
Embora Santa Maria, seja a ilha dos Açores, naturalmente melhor apetrechada para o tipo de turismo de “sol e praia” (melhores praias e mais solarenga), rejeitamos liminarmente que aqui seja centrado o seu único “produto âncora”: (i) porque é uma aposta redutora das restantes riquezas/potencialidades da ilha, nomeadamente as paisagísticas/ambientais e culturais; (ii) porque incentiva/concentra os investimentos unidirecionalmente, colocando em risco a sua rentabilização; (iii) porque acentua a sazonalidade, consentindo-se publicamente a “hibernação turística da ilha” (hotéis fechados e/ou a meio gás, casas de turismo rural entregue à humidade, restaurantes às moscas, táxis com os contra-quilómestros parados e carros de aluguer nas garagens), ficando-se à espera do “acordar” da época estival, para de novo se voltar ao “adormecer”, em Setembro.
Cientes que o incremento do Ecoturismo na ilha, não trará o volume de pessoas que aqui aportam no pico do Verão (Nem o queríamos!), porquanto não é um turismo de massas (se assim o fosse estaria em risco a nossa geo e biodiversidade), mas sendo movimentador de famílias ou pequenos grupos, que evitando mercados tradicionais de grandes concentrações de pessoas e buliços (praias imensas e grandes cidades), constitui a alternativa certa para o combate à sazonalidade reinante em Santa Maria, contribuindo para a diversificação/dinamização económica que urge incrementar.
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