A Loja do Triângulo apresentou ontem a sua nova marca, que servirá para identificar e valorizar os produtos das ilhas Pico, São Jorge e, principalmente, Faial. A marca “Triângulo” deverá ser utilizada em sacos e embalagens, entre outras coisas, e permitirá uma mais fácil identificação da produção daquelas ilhas, que já ganhou uma conotação de qualidade. A empresa responsável pela concepção da marca criou também um novo logótipo para a Cooperativa Agrícola e para a Associação de Agricultores. Trata-se de toda uma estratégia em prol de uma maior afirmação dos produtos da agricultura açoriana, que passa também pela criação de uma central logística onde esses produtos poderão ser tratados e embalados para ganharem valor junto do consumidor.
A nova abordagem comercial que a Loja do Triângulo pretende encetar surge na sequência de um estudo desenvolvido pela TerraProjectos, uma empresa de consultadoria agrária, agro-alimentar e ambiental, a pedido da Cooperativa Agrícola da Ilha do Faial (CAIF), responsável pela Loja, e que decorreu ao longo de um ano.
Esse estudo fez-se junto dos sócios produtores, dos operadores do mercado e dos clientes da Loja do Triângulo, e os resultados indiciaram que os produtos-alvo desta nova estratégia devem ser o mel, as flores e os hortofrutícolas. Nesta última área, apresentam-se muitos desafios à produção local: há que diversificar a produção e planeá-la de forma a que todos os produtores trabalhem em conjunto, e não sejam concorrentes uns dos outros.
O novo plano comercial da CAIF deverá ser operacionalizado ainda este ano, prolongando-se até 2013. A nova imagem será utilizada em embalagens, sacos, rótulos, entre outras coisas. Além disso, a CAIF pretende construir uma central logística, em terrenos de que já dispõe, para optimizar a valorização dos produtos perante o consumidor. Essa central poderá, entre outras coisas, dotar os produtores faialenses de condições para terem produtos minimamente processados à venda. Trata-se de um investimento que poderá rondar os 500 mil euros e que, para já, é apenas uma intenção.
António Ávila, presidente da direcção da CAIF, mostrou-se bastante entusiasmado com o projecto, que foi apresentado no Mercado Municipal, no entanto, deixou o alerta de que será preciso “muito trabalho, planificação e união” para o concretizar.
Também João Castro, presidente da Câmara Municipal da Horta, entendeu que o projecto tem pernas para andar. O autarca comprometeu-se ainda em colaborar com a CAIF no sentido de encontrar uma boa utilização para o espaço que a cooperativa detém no Mercado Municipal, que foi a primeira casa da Loja do Triângulo. O crescimento da loja fez com que esta tivesse de se mudar para o exterior e, como continua a crescer de vento em popa, a actual casa também já é pequena para acolher tudo o que a Loja do Triângulo tem para oferecer. Optimizar o espaço de venda é outro dos objectivos deste plano.
Já o secretário regional da Agricultura e Florestas aproveitou a ocasião para chamar a atenção para o que considera ser a evolução da CAIF, que há alguns anos se debatia com sérias dificuldades económicas e agora está preparada para abraçar grandes projectos como este. Noé Rodrigues frisou que os Açores têm condições para serem auto-suficientes no que à produção hortofrutícola diz respeito, mas para tal é preciso “organizar o mercado” e chegar aos grandes distribuidores.
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