No âmbito dos trabalhos desenvolvidos
pelo Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados e pelo Grupo da
Biodiversidade, já foram visitadas as ilhas Terceira, Pico, Graciosa, Santa
Maria e São Miguel, sendo que em algumas delas houve descobertas interessantes.
A investigação, da responsabilidade de
cientistas de Palma de Maiorca, tem como fim último saber mais sobre as
alterações ocorridas na fauna da macaronésia e das ilhas Baleares durante o
período Holocénico, que abrange os últimos 11.700 anos da história da Terra.
Na Ilha Graciosa foram descobertas
cerca de 20 ossadas de Rallussp., uma espécie endémica de galinha de água já
extinta na Região, que terá vivido em zonas húmidas do arquipélago. Estes
fósseis foram encontrados em grutas, que segundo os especialistas, devido às
condições químicas, de temperatura e de humidade, propiciam a conservação.
Na expedição à Graciosa foram ainda
encontrados fósseis de uma ave que parece estar ligada ao priolo, assim como um
tentilhão de grandes dimensões.
Os estudos, aliás, contam com a
cooperação do Grupo da Biodiversidade dos Açores e segundo Paulo Borges,
coordenador da equipa açoriana, a ave em causa, sem asas, terá desaparecido por
pressão cinegética ou pela ação de outros predadores.
Segundo Paulo Borges, é possível que se
tenha encontrado na ilha Terceira uma ave semelhante, todavia os fósseis ainda
não foram descritos, sendo que agora haverá uma fase de comparação entre as
duas descobertas.
"Já sabíamos, por via dos estudos
com artrópodes que houve, nos Açores, outras espécies. Aliás, nos museus de
história natural, há fotos e há espécies embalsamadas recolhidas entre 1870 e
1940 pelos primeiros investigadores que vieram aos Açores. São espécies que
nunca mais conseguimos encontrar - apesar de todo o trabalho de inventariação
que temos feito - e que, por isso, estarão extintas", frisou.
Na Ilha de São Miguel foram descobertas
ossadas do mocho endémico, também já extinto.
Fonte: Adaptado de Diário Insular
Sara Luís
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