Há plantas endémicas açorianas com alta procura e valorização no mercado internacional. A uva-da-serra, por exemplo, está a ser comercializada por um viveiro em Inglaterra (BurncooseNurseries) por cerca de 22 libras (quase 28 euros).
A Vacciniumcylindraceum (uva-da-serra, uva-do-mato, uva-do-monte, uveira, romania ou rosmaninho), que pode encontrar-se em qualquer ilha dos Açores - sobretudo nas zonas altas - é descrita como sendo um “vistoso arbusto com pequenos cachos pendentes de flores cilíndricas que são vermelhas quando abrem e verde-amarelado no fim do verão e no outono”.
Ainda assim, segundo Eduardo Dias, professor da Universidade dos Açores, o interesse pela planta em causa pode não ser unicamente decorativo.
“É uma planta engraçadinha, que fica bem nos jardins, mas penso que o interesse não é só esse. A Vacciniumcylindraceum tem propriedades semelhantes ao mirtilo e os mirtilos são hoje muito importantes na alimentação, nomeadamente por causa dos antioxidantes. Tem um efeito de suplemento alimentar. Ora, a nossa planta é fantástica em termos de produção e em termos de rentabilidade”, afirmou.
Nesta linha, adiantou, trata-se até de um fruto que poderia ser exportado pela Região.
A uva-da-serra não é, ainda assim, a única a encontrar espaço no mercado internacional. A Azorinavidalii, isto é, a vidália (que também pode ser encontrada na Terceira), é outra das plantas procuradas.
A dúvida que se coloca é se a recolha das sementes dessas plantas foi ou não autorizada pelo Governo Regional. Desde 2012 que a recolha de amostras para fins científicos de recursos naturais localizados em áreas classificadas ou de espécies protegidas depende de uma autorização prévia do Governo Regional.
Por outro lado, a saída de amostras colhidas na Região está condicionada por regras específicas, estando fixados procedimentos sobre o estabelecimento de “contratos de partilha” de “benefícios identificados como resultantes dos recursos naturais acedidos ou amostrados”.
“Essa seria a forma legal para o fazer: pedindo autorização para a recolha. De outra forma seria ilegal, mas as empresas podem refugiar-se no facto das plantas em causa serem mantidas em jardins botânicos e nesse caso não estão ao abrigo da lei regional. De qualquer forma, através de uma análise genética seria possível determinar a proveniência das plantas”, sustentou Eduardo Dias, em declarações a DI.
Fonte:http://www.correiodosacores.info/index.php/destaques/10953-plantas-endemicas-da-regiao-com-procura-internacional
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