Estará patente ao público, na Galeria de Exposições Temporárias do Museu
dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, de 1 a 31 de Março, a Peça do Mês “Bicicleta Raleigh” de Francisco Joaquim Machado.
Este modelo apresentado, da Raleigh, foi comprado por Francisco Joaquim
Machado em 1939. Denominadas de pasteleiras, são bicicletas robustas, pesadas,
confortáveis e geralmente de roda 28”. Outrora utilizadas em inúmeras
profissões, estão normalmente associadas a um pedalar mais lento ou de passeio
- “andar a pastelar”! Eram feitas para durar…. Francisco Joaquim Machado
ofereceu-a ao Museu do Pico em 2011.
Francisco Joaquim Machado nasceu nas Lajes do Pico a 25 de Outubro de 1918.
Como a maioria dos homens da ilha do Pico, viveu sempre entre a terra e o mar. Era baleeiro, mas barbeiro
também, e ainda tinha vinho, batatas, laranjas e milho. Tinha de se ir buscar
dinheirinho a tudo.
Mas foi no mar, e na caça à baleia, que Francisco Machado se notabilizou,
transformando-se numa figura incontornável da história local. Foi baleeiro
quase 50 anos, ocupando as funções de remador, arpoador, oficial e mestre de
lancha. Ao som do foguete o sapateiro deixava a oficina, o agricultor
abandonava o alvião, o pedreiro saltava do andaime. Eu pegava na bicicleta e ia.
Uma vez deixei um homem, a quem estava a cortar o cabelo, na cadeira a meio de
um corte, mas ele era baleeiro e também precisava de ir.
Com o fim da caça à
baleia nos Açores, em 1984, Francisco Machado transformou-se numa personagem,
uma espécie de património vivo e intangível da cultura da baleação na ilha do
Pico e nos Açores. Foi condecorado pelo ex-Presidente da República, Jorge
Sampaio. Pertenceu à Comissão Instaladora do Museu dos Baleeiros, nas Lajes do
Pico.
Ao longo dos anos tem mantido com este pequeno museu, que faz parte da sua
história de vida, uma relação de intensa e reconhecida paixão e dedicação.
Recentemente ofereceu ao Museu dos Baleeiros/Museu do Pico a sua lendária
bicicleta, que se expõe como peça de destaque do mês de Março. Hoje, com 96
anos de idade, Francisco Machado, o Mestre Barbeiro, ou, simplesmente o Barbeiro, como é popularmente conhecido na
ilha do Pico e nos Açores, é um monumento vivo da baleação açoriana.
Fonte: http://www.culturacores.azores.gov.pt/agendaNovo/default.aspx?id=4366
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