O presidente da Associação
Regional para a Promoção do Turismo Acessível nos Açores considerou hoje haver
ainda 'muito por fazer' para potenciar esse nicho de mercado nas ilhas, embora
já existam alguns empreendimentos e negócios devidamente adaptados.
“É óbvio que, na ampla
designação, nós não temos capacidade para receber centenas de pessoas no que
respeita a esse segmento de mercado, mas já se encontram empreendimentos
turísticos (…) que já têm esse cuidado de, pelo menos, poder receber [pessoas
com dificuldade de mobilidade ou outro tipo de necessidades especiais]”,
afirmou Tiago Valente em declarações à agência Lusa, apontando o caso de alguns
restaurantes ou empresas de observação de cetáceos.
A Access Azores, sediada
na ilha do Faial, é uma associação sem fins lucrativos criada em 2014 para
promover o turismo acessível para todos, tendo sido idealizada no seio das
universidades de Coimbra e Aveiro. É constituída por professores,
investigadores, alunos e antigos alunos.
Tiago Valente referiu
que o turismo acessível para todos é um crescente nicho de mercado em todo o
mundo e os Açores devem transformar-se também num destino acessível de
excelência, apostando na diferenciação e na não-exclusão de quem tem, por
exemplo uma deficiência ou limitações a nível da mobilidade ou de outro tipo.
Segundo explicou o
presidente da Access Azores, o turismo acessível para todos “não tem barreiras”
e fruto de uma maior consciencialização da população nos Açores, o panorama
“está a mudar para melhor” nas ilhas, apesar de “haver ainda muito por fazer”.
De acordo com um estudo
que a associação está a realizar nas ilhas do Faial, Pico e São Jorge, para
avaliar as condições dos restaurantes, empresas de animação turística e outras
ligadas ao setor, já é possível verificar que “há algumas que já tiveram o
cuidado de se adaptar para poder receber e prestar um serviço sem descriminar
ninguém”, revelou Tiago Valente.
“É óbvio que não estão
especializados nessa área ou segmento, mas através de uma pequena alteração na
própria embarcação ou num restaurante, retirando uma mesa ou outra, as pessoas
podem circular sem qualquer tipo de barreira”, disse Tiago Valente,
acrescentando que “em causa estão, por vezes, pequenos investimentos como
colocar uma rampa em dois ou três degraus”.
Depois de já ter
realizado ações no Faial e Pico, a Acess Azores irá promover na quinta-feira,
no auditório da Escola Profissional de São Jorge, uma conferência sobre as
oportunidades e desafios do turismo acessível, sendo o painel de oradores
convidados constituído por empresários e instituições locais.
“É importante que haja
esse primeiro contato com empresários, instituições, associações, entre outras
entidades públicas e privadas. Juntar no mesmo espaço todos os que estejam
ligados direta ou indiretamente ao setor turístico de forma a dar a conhecer
esse potencial do turismo acessível”, afirmou Tiago Valente, acrescentando que
o papel da associação é servir de intermediário e promover o enquadramento para
que este assunto tenha visibilidade.
Em setembro irá decorrer
na ilha Terceira um fórum sobre empreendedorismo acessível, com o objetivo de
trazer aos Açores casos de sucesso a nível nacional e internacional para que
possam ser aproveitados, adaptados à realidade regional.
Fonte : acorianooriental
http://jourliq.com/associacao-diz-haver-ainda-muito-a-fazer-nos-acores-a-nivel-do-turismo-acessivel-10509.html
Carolina Simas
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