"Há uma nova vaga de músicos açorianos que está a suscitar o interesse da crítica nacional e internacional. Na geração mais nova já tínhamos visto Mariana Rocha a conquistar o grande público do programa televisivo “Factor X”, em Lisboa, enquanto se vai falando também das grandes potencialidades de Sara Cruz, neta de Victor Cruz (pai).
Uma artista jovem que também está a merecer muita atenção além fronteiras é a terceirense Maria Bettencourt, filha do músico Luís Gil Bettencourt, que começa a ser convidada para vários eventos nacionais e internacionais.
Maria Bettencourt, que tem actuado ao lado do pai, em muitos fins de semana, no Baía dos Anjos em Ponta Delgada, dará no próximo mês de Maio em Lisboa um concerto mais íntimo, concretamente no dia 28 de Maio, no Musibox, no Cais de Sodré.
A cantora irá acompanhada, como habitualmente, da sua banda, composta pelo pai, na guitarra, Zé Arruda na bateria e Raul Cardoso no baixo.
Depois da apresentação do tema “Colorblind”, em Setembro do ano passado, Maria Bettencourt lançou, no mês passado, “No Chip in my Brain”, com um videoclip gravado em Macedo de Cavaleiros com os tradicionais Caretos de Podence, que tem percorrido o mundo através das redes sociais, com dezenas de milhares de visualizações.
Depois de Lisboa, Maria Bettencourt seguirá para Toronto, onde mais uma vez irá mostrar a sua música e estilo funk rock, na senda do seu tio, o famoso guitarrista Nuno Bettencourt.
A cantora vai estar também em Huelva, Espanha, em Agosto, no Sound Festival Marmoto, o seu primeiro festival. Recorde-se, como já noticiámos, que a cantora e a sua banda vão estar também nos dias 24 e 25 de Abril no Teatro Micaelense, com a Filarmónica União Praiense, para um concerto tributo aos Beatles (dia 24) e música de intervenção (dia 25).
Outro açoriano do mundo da música que também está a despertar a crítica é Pedro Lucas, nascido no Faial há 29 anos e radicado na Dinamarca.
Este açoriano já se tinha juntado num projecto, há alguns anos, com outro artista dos Açores, Carlos Medeiros, no que resultou num trabalho chamado “O Experimentador”.
Agora, ambos voltam à carga e acabam de lançar outra proposta intitulada “Mar aberto”, também ao vivo na Musicbox em Lisboa.
Caíram nas graças dos críticos do jornal “Expresso”, que dizem que ambos “trabalham agora directamente e com as melhores matérias primas: as palavras, cantadas com adequada dureza, são do açoriano Armando Cortes-Rodrigues e do portuense António Sousa, assim como de Cervantes, cujo D. Quixote é farol assumido em “Mar Aberto”.
A critica do semanário lisboeta conclui: “Musicalmente, cruzam-se neste disco com cheiro a algas e basalto coordenadas tão díspares e complementares como norte de África e Extremo Oriente, Atlântico e Mediterrâneo, uma certa pop quasi gótica à moda dos anos 80 e os temperos exóticos dos Dead Combo. “Mar Aberto” tem pérolas como ‘Búzio’, ´Canção do mar aberto’ e ‘Esfarrapado’, cimentando a identidade mutante, mas sempre coerente, de um dos mais originais projectos da música portuguesa contemporânea”.
Fonte: Diário dos Açores
Ana Antunes
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