Os Açores registaram entre janeiro e maio valores de precipitação
inferiores aos de referência, com São Miguel (-47%), Terceira (-43%) e Santa
Maria (-42%) a terem as maiores quebras, revelou fonte do Instituto Português
do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“Em termos de
precipitação acumulada, referente ao ano hidrológico, os valores acumulados
eram, em maio, os últimos apuramentos atualizados que temos, inferiores aos valores
de referência em todas as estações do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
nos Açores”, disse a meteorologista Fernanda Cardoso à agência Lusa.
A especialista do IPMA
acentuou que estes valores “são especialmente baixos” em São Miguel (-47%), Terceira
(-43%) e Santa Maria (-42%).
“É interessante
concluir que desde outubro de 2014, praticamente, os valores foram negativos em
todas as estações, com exceção para a estação da Horta, até dezembro”, destacou
Fernanda Cardoso.
A partir de dezembro
de 2014, quando deveria ter começado a chover, a estação da Horta, ainda de
acordo com a meteorologista do IPMA, começou a registar também valores
negativos.
Apesar de no mês de
abril ter começado a chover mais do que os valores de referência em todas as
estações do IPMA, o mesmo se verificando em maio, com exceção para o grupo
ocidental (Flores e Corvo) e Faial, o volume de chuva “não deu para repor os
valores”, sendo os totais acumulados negativos.
O IPMA já havia
revelado em abril que o último inverno nos Açores foi o mais seco desde que há
registo de dados, ou seja, desde 1948.
A 24 de abril, o
secretário regional da Agricultura e Ambiente reuniu-se, para debater esta
questão, com responsáveis do Instituto Regional do Ordenamento Agrário (IROA),
IPMA, Universidade dos Açores, Wntidade Reguladora dos Serviços de Águas e
Resíduos dos Açores (ERSARA), Federação Agrícola dos Açores e Associação de
Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA).
Ricardo Silva,
presidente do IROA, também em declarações à Lusa, diz que o “período aflitivo”
foi ultrapassado pela precipitação que entretanto caiu nos últimos tempos nos
Açores. Houve, assim, um reabastecimento das lagoas artificiais, nomeadamente
das Contendas e Caldeirão Grande, na ilha de São Miguel, bem como dos reservatórios.
“Podemos considerar
que a alteração, sobretudo ao nível da precipitação, permite agora olhar para
os próximos meses, nomeadamente julho e agosto, com mais tranquilidade”,
afirmou o responsável pelo IROA.
Apesar disso, Ricardo
Silva frisou que a situação continua a ser acompanhada “muito de perto”,
havendo a possibilidade de acionar, a qualquer momento, planos de prevenção
relacionados com a redução do consumo de água.
Ricardo Silva declarou
que a situação é melhor, mas exige cautela, daí que se continue a trabalhar
“muito de perto” com o IPMA, para acompanhar a evolução da situação
meteorológica.
“Ficámos numa situação
muito mais confortável, mas sempre com grande atenção porque basta ter aqui
duas ou três semanas de calor para inverter a situação. Esta nunca é uma
situação de total estabilidade. Dependemos muito dos humores do tempo”, referiu
Ricardo Silva.
http://www.acorianooriental.pt/noticia/niveis-de-chuva-este-ano-nos-acores-chegam-a-ser-47-inferiores-aos-de-referencia
Carolina Simas
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