Havia um homem na Ilha das Flores que tinha um filho de nome João. O rapaz era muito sonhador, simples e bom, como tinha fama de ser toda a gente das Flores. Um certo dia ia João pelo caminho fora carregando uma bilha de água tinha-a ido buscar longe, para ser usada em casa. Ia sozinho e a sonhar, um pe na terra e outro na lua, como é natural em todos os rapazes e crianças da sua idade. Encontrou a certa altura uma poça de água e disse em voz alta para si mesmo:
Dizem que em outros lugares há lagoas e caldeiras muito lindas e aqui na minha Ilha não há, vou mas é fazê-las!
Pegou numa das bilhas de barro que trazia cheias de água e despejou-a no chão. Com a facilidade que tinha em fazer lagoas, logo se formou a primeira caldeira.
O rapaz deu pulos de alegria e pensou: "Sempre que encontrar poças de água vou fazer o mesmo!"
Ali á esquerda estava oura poça mais funda e o rapaz, com confiança, vazou outra bilha de água. Formou-se outra vez uma lagoa muito, muito funda.
Teve que ir de novo encher as bilhas. Levado pelo sonho foi andando, andando pela Ilha, tendo encontrado ao todo sete poças de água, onde foi deitando água.
Assim se foram formando as Caldeira Funda das Lajes, onde poderia flutuar um grande paquete, outras mais baixas como a Caldeira Rasa, cujas margens são muito lodosas e perigosas. As restantes poças são a Caldeira Branca, a Seca, a Comprida, a Negra e a da Lomba.
Tornaram-se todas muito diferentes, mas muito bonitas, de águas limpas e transparentes com as que sonhou e as fez.
Fonte: www.lendasdosacores.com.sapo.pt
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