Vários objectos dão à costa nas ilhas
açorianas. Aliado à grande dificuldade na importação de materiais,
durante anos este facto gerou um movimento de buscas pelas costas das ilhas. Eram
encontrados os mais variados objectos, provenientes das embarcações naufragadas.
Segundo dizem, um dia andavam na costa da ilha das Flores à
procura de algum objecto que o mar tivesse atirado para a costa
quando viram um madeiro na distância. Quando chegaram junto desse bocado de
madeira aperceberam-se que se tratava de uma estatueta de Santo Amaro. A imagem foi
encontrada há mais de trezentos anos junto ao rolo além da Baixa Rasa do Lajedo e dado como
certo ser proveniente de alguma caravela ou nau que tivesse naufragado ao lago
durante algum temporal.
Mas o povo, sempre muito crente nas acções
do Divino, acreditou na sua
grande maioria tratar-se de um milagre de Santo Amaro e passou a denominar
aquela zona do calhau e às terras circundantes por Rolo de Santo Amaro. A
imagem foi trazida para a igreja paroquial onde
depois de devidamente limpa foi colocada num altar. No entanto, por mais tentativas que
fossem feitas para o manter na igreja, o Santo Amaro fugia da igreja durante a
noite e amanhecia todos os dias, estivesse bom ou mau tempo, no lugar onde fora
encontrado.
Foi assim que o povo da freguesia e
o padre, que deu este acontecimento
como sobrenatural se curvaram perante a vontade do Santo Amaro e então resolveram edificar
uma capela no lugar que o
santo tanto procurava. Segundo reza ainda a lenda, foi junto dessa ermida e por milagre do
Santo Amaro que nasceu uma fonte de água cristalina a
abundante que permitiu a produção de barro, ao irrigar abundantemente as terras
em redor, que muito contribuiu para a própria edificação da ermida.
Actualmente a população da ilha das
Flores celebra anualmente, no primeiro domingo de Setembro, o antigo talento de
evasão protagonizado pela estátua de Santo Amaro.
Fonte: Wikipédia
Silvia Vieira
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