Antigamente, a espadana era uma planta de grande
utilidade na Fajã Grande. Nascia, crescia e florescia abruptamente e em grande
abundância nos maroiços, nas canadas, nas encostas dos outeiros e até nas
terras de mato. Nestas, muitas vezes, a espadana crescia tão densamente que até
tinha que ser desbastada ou cortada radicalmente por constituir uma ameaça para
outras culturas, nomeadamente, para os inhames e árvores de fruto.
A espadana muito frequente nos Açores é no Pico designada porfilhaça e em São Jorge por corriola. Trata-se de uma
planta não endémica, proveniente da Nova Zelândia e que cientificamente se
designa por Phormium Tenax. Noutras regiões onde existe também é conhecida
pelos nomes comuns de harakeke (em maiori) ou linho-da-nova-zelândia.
Trata-se duma espécie de planta sempre verde, de folhas perenes com
distribuição natural na Nova Zelândia e na Ilha Norfolk, mas naturalizada em
diversas regiões temperadas e subtropicais e cultivada quer como importante
fonte de fibra quer como planta ornamental. A espadana cresce como um
aglomerado de largas folhas, em forma de tiras, de até dois metros de
comprimento, ao redor de uma espécie de caule central, muito mais alto do que
as folhas, onde se podem observar belas flores amareladas e vermelhas.
Sabe-se que na Nova Zelândia as folhas da espadana foram utilizadas para delas
se retirarem fibras utilizadas na confeção de tecidos tradicionais e também
para a feitura de cordame e velas de navios
Destino semelhante teve a espadana nos Açores, mas ao que consta apenas na ilha
de São Miguel, onde foi cultivada para extração e produção de fibra. Segundo
alguns historiadores a economia micaelense, paralelamente ao chá, em tempos não
muito recuados, desenvolveu várias iniciativas de produção industrial não só do
linho, mas também da espadana de onde se chegou a retirar apreciáveis
resultados, antes do surgimento de fibras sintéticas. Na ilha do Arcanjo a
espadana foi também muito utilizada uno fabrico de cordoaria, sobretudo no
concelho da Lagoa onde ainda existem ruinas duma fábrica de desfibração de
espadana.
Na Fajã Grande a espadana era utilizada em bruto para substituir as cordas,
bastante mais caras mas muito necessárias no dia-a-dia. As folhas da espadana
eram cortadas e postas a secar e depois desfiadas em tiras mais grossas ou mais
finas, maiores ou menores de acordo com o fim a que se destinavam. Para além
servirem para amarrar pequenos molhos, depois acarretados às costas, as
espadanas eram muito usadas para amarrar os molhos de rama seca assim como os
fetos secos que eram guardados nas casas velhas para alimentar e fazer cama aos
animais, amarrados nos palheiros nas longas noites de inverno. Também cortadas
em pequenos e finos pedaços serviam de cordões para amarrar as bocas dos sacos,
das moendas, cambulhões de milho, as asas das galinhas e até os suspensórios
das calças quando os botões falhavam. Mas um dos mais interessantes usos da
espadana era no desfolhar do milho. Nos dias anteriores cortavam-se as folhas
em pequenos pedaços que se desfiavam finamente. Depois eram feitos pequenos
molhinhos que uma vez amarrados e dobrados em U invertido eram presos a uma
alheta das calças de cada desfolhador. À medida que desfolhavam iam formando mancheias que eram amarradas com os cordões de
espada e penduradas nos milheiros mais altos onde ficavam a secar durante
alguns dias. Só depois eram recolhidas e guardadas mas durante esses dias os
campos tinham um maravilhoso e deslumbrante aspetos.
Fonte: Carlos Fagundes in Pico da Vigia
Não foi só em S. Miguel que a espadana foi utilizada. Na freguesia de São Mateus na ilha do Pico, houve durante vários anos uma fábrica de espadana que era comercializada para o Continente (cordas, tapetes, ...). Pertencia a José Inácio Garcia de Lemos Jr e deu sustento a muitos homens da terra.
ResponderEliminaryeezy
ResponderEliminaroff white jordan 1
nike sb dunk low
pandora bracelet
pandora jewelry
air jordan shoes
air jordan
supreme clothing
paul george
bape