Sexta edição do festival +Jazz decorre de 25 a 27 de maio em Angra do Heroísmo



A sexta edição do festival +Jazz, que decorre de 25 a 27 de maio, em Angra do Heroísmo, apresenta pela primeira vez um cartaz com músicos de fora dos Açores e inclui a estreia nacional de um documentário brasileiro.
 
“Nós estávamos a precisar de dar este salto, porque também já estávamos a esgotar as bandas que tínhamos a nível regional. Em seis edições, nunca repetimos um artista, o que se tem tornado muito difícil, porque nós temos excelentes músicos, mas a criação de novos grupos, novas bandas e produção musical é ainda muito diminuta”, adiantou, em declarações à Lusa, Daniela Silveira, promotora do evento.
Nas cinco edições anteriores, o festival apostou apenas em músicos regionais ou com raízes nos Açores, mas este ano, fruto de algumas parcerias, deslocam-se à ilha Terceira os The Rite of Trio e o DJ Rui Trintaeum, do Porto, e Praso & RichardBeats, do Alentejo.
O cartaz musical é composto ainda por Sónia Pereira e Nivaldo Sousa, The Big Muffin Orchestra e Momkéspapoila, da ilha Terceira, e pelos Voyage, da ilha de São Miguel.
Além dos espetáculos musicais, a sexta edição do +Jazz integra literatura, ilustração, ‘street art’ e cinema, com a estreia nacional do documentário “Samba e Jazz”, que conta com a presença do realizador brasileiro Jefferson Mello.
O realizador também apresenta o livro de fotografia “Os caminhos do Jazz”.
“Este foi um conceito que criámos desde a nossa primeira edição, em que o jazz não estivesse só presente na música. Tivemos várias exposições ligadas ao jazz. Na nossa terceira edição até lançámos um desafio a três artistas de cá da ilha para que se inspirassem num tema de jazz e apresentassem uma tela”, salientou Daniela Silveira.
Criado essencialmente a pensar num público mais jovem, com um cartaz em que o jazz se funde com outros estilos musicais, o festival +Jazz tem vindo a aumentar a afluência do público e não só entre as faixas etárias mais novas.
“Temos tido uma evolução gradual, mas temo-nos sedimentado de ano para ano, o que tem sido muito bom, e temos conseguido verificar - o que era um dos nossos objetivos - que temos uma relação intergeracional de público”, disse a promotora do festival.
Segundo Daniela Silveira, a última edição contou com a participação de cerca de 400 pessoas e, já este ano, num evento de apresentação da parceria com a associação Porta-Jazz, a adesão foi superior a 700 pessoas, em dois dias.
Com um orçamento de cerca de 6.000 euros, o projeto +Jazz recorre a parcerias para alargar a dimensão do festival.
“Nós não temos recebido mais dinheiro de ano para ano, temos é feito parcerias e estes parceiros também angariam dinheiro”, explicou a responsável pelo projeto.
Daniela Silveira quer criar parcerias com outras associações para levar mais músicos de fora, mas também para criar oportunidades de formação para os músicos regionais.
“Estamos a precisar de estimular estas camadas jovens na música para a criação de autor”, apontou.

Segundo a promotora do festival, está a ser trabalhado um projeto específico de formação com a associação Porta-Jazz, em que os músicos se deslocarão uma vez por mês às ilhas Terceira e São Miguel.
“Temos sentido esta lacuna e os músicos também a têm sentido. Não há formação musical aqui nos Açores, e em particular na ilha Terceira, na área do jazz”, frisou.

Fonte: Açoriano Oriental

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