São Jorge: Adrenalina na forma mais pura


As fajãs são o mais belo resultado de desabamentos verificados ao longo da altiva costa litoral desta curiosa ilha.

A ilha das fajãs é procurada pelos visitantes para actividades radicais como o canyoning ou o surf na caldeira. Para eles, S. Jorge é uma ilha que oferece muito mais que calma e descanso.
A ilha do dragão, assim chamada pela sua forma peculiar, que poderá assemelhar-se às costas de um dragão ou monstro marinho a sair das águas, é um local procurado pela sua natureza rica e calma, na qual o tempo não passa e o stress do dia-a-dia não chega, mas também pelas suas características tão apropriadas a desportos de aventura e actividades radicais.

Se nunca visitou S. Jorge poderá começar por conhecer a vila das Velas, a igreja Matriz e de Nossa Senhora da Conceição, o edifício da Câmara Municipal, o Portão do Mar e o Museu de Arte Sacra, que se destacam pela sua imponência. Na Calheta, a igreja de Santa Catarina, onde outrora se distinguia a sua capela mor em talha dourada, hoje poderá apenas ver um arremedo de um retábulo muito modesto do século XVIII, visto a mesma igreja ter ardido em Janeiro de 1639 e ter mais tarde caído em 1757. E, por muito religioso que seja, deverá apreciar a pequena igreja de Santa Bárbara, (classificada como monumento de interesse nacional), nas Manadas. A igreja de Nossa Senhora do Rosário e de S. Francisco, no Topo e de Santiago Maior, na Ribeira Seca, bem como as paroquiais das freguesias do Norte Pequeno e Norte Grande, são templos que merecem a nossa atenção.

Na Matriz de Velas, com um curioso traço arquitectónico, encontra-se a capela-mor digno de registo, um retábulo mameirista de 1570 (século XVI), oferta de D. Sebastião.

De igual modo, a Casa dos Tiagos, digna representante da arquitectura nobre da ilha do século XVII, no Topo, a Torre sineira, na Urzelina, emergindo das lavas do vulcão em Maio de 1808 que sepultaram a primitiva igreja, a nova igreja e a Ermida de Jesus da Boa Morte, e a Casa Gaspar Silva, na Ribeira Seca, merecem especial referência.

E claro, não podemos esquecer as fajãs, os mais belos resultados de desabamentos verificados ao longo da altiva costa litoral desta curiosa ilha. A mais famosa pelas suas saborosas amêijoas, a Fajã da Caldeira do Santo Cristo, é também um local único pelas suas ondas. Surfistas de todo o mundo visitam a ilha de S. Jorge apenas por este prazer.

Também o canyoning, um desporto que consiste na exploração progressiva de um rio, transpondo os obstáculos verticais e anfíbios, através de diversas técnicas e equipamentos, é uma actividade bastante procurada nesta ilha, pelas suas especificidades tão características, que fazem dela, e de apenas outras duas ilhas nos Açores, os únicos locais do Arquipélago, onde se pratica este desporto.
Em S. Miguel, S. Jorge e Flores a oferta de itinerários de grande beleza é abundante, mas cada uma tem as suas particularidades. A ilha de S. Jorge é caracterizada essencialmente pelas grandes verticais, mas muitos dos itinerários apresentam uma logística difícil, com necessidade de recurso a barco.

Pelo caminho poderá ainda apreciar o Ilhéu do Topo e o Ilhéu dos Rosais, que são um centro de nidificação de gaivotas e poiso de muitas aves marinhas, quer residentes, quer migratórias, local bastante procurado, por isso, pelos amantes do birdwatching. Os vários miradouros disseminados pela ilha, como por exemplo o da Ribeira do Almeida, Fajã das Almas, das Urzes, Fajã dos Cubres e do Norte Pequeno, entre outros, são razões que, só por si, justificam longas caminhadas. Para repousar ou recrear-se num ambiente agradável, as Reservas Florestais de Recreio das Sete Fontes e da Silveira, respectivamente nas freguesias dos Rosais e Ribeira Seca, entre outros locais com idênticas aptidões, aguardam a sua visita.

Rita Ribeiro

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