Fonte: http://www.cafeportugal.net/pages/sitios_artigo.aspx?id=1355
Os instrumentos de trabalho, os teares destas duas açorianas são também artesanais. A entrançar o fio pelo tear, Alzira Nunes comenta: «Os teares foram feitos pelo marido. Fez os pentes e tudo. Eu não queria em metal. Os nossos são de cana com se usava antigamente».
O ofício foi aprendido com uma senhora de idade «que me passou o seu saber», como gosta de sublinhar Alzira. Uma arte praticada 12 horas por dia, sete dias por semana. «Gostava de estudar, mas os meus pais não tinham condições para tal. Então, aprendi tecelagem e gosto muito», diz a nossa protagonista.
O Verão é a época alta, quase todos os dias há um turista a visitar e comprar. É também no período estival que decorrem mais feiras de artesanato, onde as irmãs tecedeiras participam. O Inverno traz algum silêncio ao espaço de artesanato de Alzira. As horas passam-se, então, entre o ranger dos teares, os embates de vento e de chuva e as conversas sobre o dia-a-dia.
Após 32 anos atrás do tear, Alzira Nunes e a irmã não perdem a alegria nas doze horas de trabalho diário. Tecem algodão e lã. Nos Açores, na Fajã dos Vimes em São Jorge, nascem mantas, tapetes, carpetes. No anexo da casa de Alzira, que serve de oficina e de posto de venda fazem-se também as tradicionais mantas de retalhos dos Açores.
Da estrada da Fajã dos Vimes, em São Jorge, Açores, avista-se a placa a dizer «Artesanato». A oficina de Alzira Nunes é um anexo da sua casa. É aqui que a encontramos a conversar com um vizinho. Perguntamos: «É domingo, provavelmente está fechado?». «Não, de modo nenhum. Aqui nunca se para», diz alegre a tecedeira, convidando de imediato a entrar. Com vista para o mar, o espaço de trabalho e de venda de Alzira Nunes é partilhado, há 32 anos, com a irmã, Carminda Nunes. Um espaço que acomoda cinco teares. «Temos teares de vários tamanhos. Usamos conforme o trabalho que queremos fazer», explica. Ao fundo, sobre um dos teares maiores, estende-se uma manta de retalhos, característica da ilha. «Nós fazemos mantas de retalhos. As mantas típicas aqui de São Jorge e também da Terceira. Normalmente tinham cores fortes, diz-se que para dar vida às casas, muitas vezes, pobrezinhas. As mantas faziam parte do enxoval das jovens», conta Alzira Nunes.
Na casa de Alzira Nunes o algodão compra-se. «Mas a lã é tratada por nós. Cardamos, lavamos e, se for necessários, tingimos», comenta a tecedeira, enquanto prepara o tear para retomar o trabalho. Senta-se junto da irmã. As tecedeiras partilham a coordenação que anos de trabalho em comum permitem. Tecem no mesmo tear uma carpete de grandes dimensões.
Os instrumentos de trabalho, os teares destas duas açorianas são também artesanais. A entrançar o fio pelo tear, Alzira Nunes comenta: «Os teares foram feitos pelo marido. Fez os pentes e tudo. Eu não queria em metal. Os nossos são de cana com se usava antigamente».
O ofício foi aprendido com uma senhora de idade «que me passou o seu saber», como gosta de sublinhar Alzira. Uma arte praticada 12 horas por dia, sete dias por semana. «Gostava de estudar, mas os meus pais não tinham condições para tal. Então, aprendi tecelagem e gosto muito», diz a nossa protagonista.
O Verão é a época alta, quase todos os dias há um turista a visitar e comprar. É também no período estival que decorrem mais feiras de artesanato, onde as irmãs tecedeiras participam. O Inverno traz algum silêncio ao espaço de artesanato de Alzira. As horas passam-se, então, entre o ranger dos teares, os embates de vento e de chuva e as conversas sobre o dia-a-dia.
Sem comentários:
Enviar um comentário