Em plena crise, os portugueses viram costas às dificuldades e viajam. De acordo com a Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo (APAVT), a procura de viagens para a Páscoa está este ano ligeiramente acima do ano passado. “É ainda prematuro avançar com números mas o primeiro balanço indica que nesta Páscoa haverá mais portugueses a viajar do que no ano passado”, diz a APAVT.
A oferta colocada no mercado é, de uma forma geral, idêntica à do ano passado, em termos de destinos e preços que são, de acordo com a associação, “muito atractivos”. Além de viajarem mais, os portugueses estão a reservar as viagens com maior antecedência, aderindo às “promoções de reservas antecipadas”, para beneficiar dos melhores preços. Por exemplo, já existem no mercado campanhas de promoções para reservas antecipadas para o Verão.
Viajar mais económico
Em 2009 notou-se uma maior procura por opções mais económicas e este ano, essa tendência não regrediu. Os portugueses não escolhem os destinos mais baratos mas, dentro de cada destino, optam pela oferta de menor custo. Quanto a destinos, há dois que se podem considerar as “estrelas” desta Páscoa, pela elevada procura que estão a registar: Cabo Verde e Disney. No caso de Cabo Verde, a justificação está nas ofertas para o Sal e a Boavista, quer em voos charter quer em voos regulares, que estão a ter uma boa resposta. Alguns voos charter estão mesmo esgotados, embora existam ainda alternativas de oferta.
Açores entre os mais procurados
No que diz respeito ao turismo interno, os Açores registam um “crescimento interessante” e “a Madeira está a registar uma procura que contraria os esperados efeitos dos acontecimentos de 20 de Fevereiro, mostrando haver uma resposta solidária dos portugueses”. No Continente o Algarve contínua a ser o destino de maior procura.
No longo curso, Caraíbas (sobretudo República Dominicana e Cuba, mas também México e Jamaica) e Brasil continuam a ser os destinos mais procurados pelos portugueses. A procura pelo Brasil centra-se essencialmente em destinos do Nordeste, havendo a destacar uma certa retoma de procura por este destino, que apresenta opções também muito atractivas em termos de preço/qualidade. No médio curso, como referido, Cabo Verde (Sal e Boavista) é claramente o destino a destacar, mas Egipto e Tunísia também revelam “boa procura”.
Nos destinos de maior proximidade, a Disney destaca-se, seguida pelas férias em capitais europeias e circuitos europeus.
Para fora cá dentro
Se pensa fazer férias dentro de portas, durante este ano, faz parte de 58,8% dos portugueses que não planeiam sair de Portugal para gozar dias de descanso. Reflexo da crise ou não, o certo é que o valor de uma sondagem Eurobarómetro, divulgada recentemente, é superior à média europeia de 41%.
Quem não “vai lá para fora, cá dentro”, também não pretende ir muito mais longe. Os destinos a que os portugueses atribuem a medalha de prata são os Estados-membros da União Europeia: 12,1 por cento dos inquiridos tenciona ir de férias para o globo dos 27, um valor também abaixo da média europeia de 23%.
Para o lado de lá do Atlântico, preferem viajar 4,4% dos portugueses, mais do que a média de 1,9% da UE. Já África é o destino de eleição de 1,8% das pessoas, contra 2,8% da média comunitária.
Para concretizar os planos de férias, os portugueses admitiram ter de poupar mais este ano (43%, contra a média europeia de 38,6%) e 39,1% não vão ter qualquer dificuldade em pagar a viagem idealizada, um valor abaixo da média dos restantes Estados-membros (45,7%).
A crise atingiu de forma mais séria 7,9% dos portugueses que não pretendem tirar férias este ano, alegando dificuldades financeiras, um valor 7% acima da média. Quem, mesmo com os bolsos apertados, pretende gozar uns dias de férias, terá de se endividar (1,9%, contra os 2,9% europeus).
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