Hoje trago-vos uma personalidade de grande magnificência, natural da Freguesia da Ribeira Seca, concelho de Calheta. Francisco Inácio da Silveira de Sousa Pereira Forjaz de Lacerda ou simplesmente Francisco de Lacerda, o maestro e compositor nascido a 11 de Maio de 1869, que lançou o nome dos Açores, quer a nível nacional quer a nível internacional. A família Lacerda foi a grande responsável por muita da música criada em São Jorge nessa altura, existência de instrumental e pela fundação da Filarmónica União Popular da Ribeira Seca, a pioneira da ilha. Francisco começa a dar os primeiros passos na música com apenas 4 anos e sob orientação do seu pai. Com o Padre Manuel Azevedo da Cunha aprende as primeiras letras. Em Angra do Heroísmo, ilha Terceira continua os seus estudos até que em 1888 parte para o Porto com o objectivo de tirar medicina mas desiste e acaba por se dedicar ao estudo do piano com o Prof. António Maria Solar. Em 1891, em Lisboa (onde entretanto se mudara), parte para Paris. Foi como bolseiro do Estado, frequentava o conservatório de Paris e em 1897, a "schola cantorum". Aluno de Vincent d’Indy, substitui o mestre como chefe de orquestra da classe de orquestra iniciando deste modo a sua carreira como maestro de projecção internacional que se prolonga até 1913.
Depois foi um não parar, integra a comissão de representação de Portugal na Exposição Universal de 1900, é nomeado director dos concertos do Casino de La Baule, em França, dirige a Associação dos concertos Históricos de Nantes, que fundara, os concertos da Kursaal, estância termal de Montreaux e os Grandes concertos Clássicos de Marselha.
Entre 1913 e 1921 regressa a São Jorge, por motivos de saúde, dedica-se ao estudo da música tradicional e à sua recolha e à composição. Voltando a Lisboa, promove uma série de recitais de música de câmara, sessões de poesia e conferências. Cria a associação de Pró-arte e a Filarmonia de Lisboa, porém teve uma breve duração. Desiludido, regressa a Paris onde permanece de 1925 a 1928 repetindo o sucesso de maestro.
Mais uma vez, regressa a Lisboa, fixando-se devido a doença e onde vem a falecer em 1934.
Monumento , no Jardim da Vila da Calheta |
Fonte: Museu Francisco de Lacerda
Jorge Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário