Os Açores tem na ilha Terceira
uma cidade com a distinção de Cidade Património Mundial da Unesco, a cidade de
Angra do Heroísmo.
Devido à sua localização
geográfica e com o seu porto a servir de entreposto comercial, a população de
Angra habituou-se a uma vivência opulenta e cosmopolita, copiando a maneira de
ser e estar da nobreza ali residente. Estes aspectos foram moldando um povo
mais alegre, festivo e acolhedor, amante de touradas, que encontra sempre e em
qualquer espaço, lugar para divertimento.
A cidade de Angra do Heroísmo
pelo seu traçado urbanístico, com as suas ruas largas, casas delineadas a
preceito com sumptuosas varandas e pelos seus monumentos, conseguiu ser
reconhecida como cidade Património Mundial, graças ao empenho na manutenção e
preservação do seu traçado arquitectónico.
Prova do seu valor cultural e
histórico, são as semelhanças que Angra tem com outras cidades, como são o caso
das ilhas de Florianópolis onde existem vários paralelismos, como as
semelhanças etno-culturais e vivencias que ligam as ilhas Terceira e de Santa
Catarina.
Em Março, foi exposta uma
exposição em Florianópolis onde que demonstrar as características unificadoras
existentes entre as ilhas Terceira e de Santa Catarina. Queriam mostrar que
mesmo depois de ter passado mais de 260 anos da chegada dos açorianos, ainda
existe uma herança cultural muito forte, que liga directamente ambos os locais.
Nota-se um destaque para os efeitos comparativos entre a arquitectura, e para
as infraestruturas, existentes na Ilha Terceira e na ilha de Santa Catarina.
Exemplos de Imagens desta exposição que comprovam estes paralelismos.
Mas este não é o único caso de
comparação, pois as possibilidades de semelhanças entre Angra e outras
estruturas de cidade, nomeadamente com outros espaços urbanos do Continente estão
também presentes, como poderíamos referir e desenvolver as parecenças, como
entre Angra e a cidade de Tomar.
Existem alguns dados históricos
que ligam as duas cidades, como é o facto da época dos descobrimentos ser da
mesma época de remodelação e ampliação do centro histórico de Tomar, e assim as
ligações entre a Terceira e Tomar são estabelecidas, no plano religioso –
espiritual referido, ao longo de cerca de três quartos de século podem ter-se
traduzido em influências no plano material, nomeadamente urbanístico, podendo
as concepções henriquinas ter servido como modelo de intervenção na nascente cidade
de Angra.
Tanto a cidade de Tomar como a de
Angra apresentam nas suas áreas centrais um similar traçado regular, obra de um
verdadeiro plano de urbanização, que se traçaram as ruas, cortadas em ângulo
recto, da autoria de Infante D. Henrique.
Esquema dos centros históricos de Angra e Tomar
Pode-se assim concluir que Angra, para além destes dois casos aqui demonstrados, tem certamente parecenças, paralelismos, e identificações com diversas cidades, não só no capitulo urbanístico, quer pelas inter-relações históricas e culturais, que fazem com que visitar Angra não seja apenas visitar uma cidade, mas sim também conhecer toda a história de uma época, que marcou todo um legado de um povo.
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