As Fortalezas de Angra do Heroísmo


Angra foi desde sempre, um importante porto de apoio à navegação que cruzava o Atlântico Norte. À sua poderosa protecção se acolhiam, não só as armadas das Índias, carregadas de preciosidades, como também outras frotas portuguesas e estrangeiras, que procuravam em Angra defesa segura contra os ataques dos piratas. Era na baia de Angra, que os navegadores encontravam o merecido repouso e a tranquilidade, após derradeiras viagens, durante meses, que tinham feito em alto mar.
No Monte Brasil, os vigias observavam co atenção o horizonte, dando avisos dos navios que se aproximavam de Angra. E nas fortalezas que defendiam a costa, que estavam bastante apetrechadas de artilharia, existiam bombardeios constantes, junto de canhões e de columbrinas, enquanto que os servidores de bocas de fogo carregavam os terceirões de pólvora para junto das peças de ferro coado ou dos sacres de bronze. Dessa forma, era feita a defesa da baía, de modo a que nenhum navio pudesse entrar nela, sem uma autorização que era dada ou não através do içar de uma bandeira. 
Antes da dominação castelhana existiam para a defesa de Angra, as seguintes fortalezas: Castelo de São Cristóvão ou dos Moinhos, no interior e no norte da povoação, o Castelo de São Sebastião, no Porto das Pipas, para além dos Fortes de Santo António e do Zimbeiro, no Monte Brasil. O Castelo dos Moinhos ficava situado no cimo de um monte, onde hoje em dia é possível observar o obelisco que evoca a passagem de D. Pedro IV, Rei de Portugal, pela ilha Terceira. Este Castelo era apenas um espaço fortificado, pois não tinha grande aparelho militar e por isso em 1945 foi munido de grandes munições e artilharia. À medida que Angra foi ganhando importância, como cidade de principal paragem das rotas marítimas, e foram construídas outras fortificações, este castelo foi perdendo importância e no século XIX foi destruído.
Fotografia do "Castelinho" actualmente
Noutro pequeno monte, a leste da baía de Angra, á esquerda do Porto das Pipas, fica a fortaleza de São Sebastião, mandada construir no século XVI. Constituída por 14 peças de artilharia, quase todas de bronze e grande calibre, armazém de munições de guerra, cisternia de água e casas de moradia para o capitão e respectiva guarnição, esta fortaleza foi concebida ao gosto italiano, pelo arquitecto Tomáz Benedito.
Esta fortaleza, ficou mais tarde conhecida como “Castelinho”, devido á sua dimensão e pela importância que a fortaleza de São João Baptista foi ganhando, numa nova estratégia defensiva da costa, sensível e consciente das novas funções de apoio portuário. Actualmente o Castelinho tem nas suas instalações inseridas a Pousada de São Sebastião (http://www.pousadas.pt/historic-hotels-portugal/pt/pousadas/azores-hotels/pousada-de-angra-do-heroismo/sao-sebastiao/pages/home.aspx)
Durante o domínio castelhano, Filipe II de Espanha e I de Portugal, apercebendo-se da importância estratégica da baía de Angra no apoio e protecção das Armadas das Índias Ocidentais (América Espanhola), mandou construir em 1592, no Monte Brasil, a Fortaleza de São João Baptista, que inicialmente tinha o nome de São Filipe.
Castelo de São João Baptista
De construção abaluartada, envolvendo quase toda a montanha e controlando as baías de Angra e do Fanal, a fortaleza é sem dúvida a maior peça de armas, construído por espanha em todo o mundo. Contém cerca de 400 peças de artilharia, quatro quilómetros de muralha,três quilómetros quadrados de área, mil e quinhentos homens de guarnição, o Castelo contava ainda com cinco baluartes (Santa Catarina, São Pedro, Boa Nova, Espirito Santo e Santa Luzia), ligados por cortinas, cuja frente era batida por canhões, colocados em casamatas, existentes nos ângulos interiores dos baluartes. O seu pórtico principal, lavrado em cantaria negra e coroado pelas armas reais, a ponte dos arcos, os torreões, o sistema de fossas e o interior, com a igreja de São João Baptista e o Palácio dos Governadores, fazem desta fortificação um dos mais grandiosos monumentos de Portugal. Esta fortaleza foi palco de importantes acontecimentos aquando das lutas entre liberais e absolutistas, foi aqui que se hasteou pela primeira vez, a bandeira azul e branca, símbolo de Portugal Liberal.
Se quiser obter mais informação sobre esta temática pode ver a rota e fortificações da ilha terceira em: http://www.artazores.com/fotos/1222164776.pdf 

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