Os padrões das calçadas dos Açores, onde se destacam rosáceas e frisos, vão estar reunidos em roteiros desenhados por um investigador da universidade açoriana, que pretende conjugar matemática e património e estender o projeto às varandas e artesanato.
“São padrões de que muitas vezes não nos apercebemos com a vida do dia a dia. A calçada portuguesa é muito apreciada em todo o mundo e todas as ilhas têm exemplos muito interessantes, alguns deles muito antigos, em termos de estética e classificação matemática”, afirmou à Lusa Ricardo Teixeira, do departamento de Matemática da Universidade dos Açores.
Este investigador tem-se dedicado à identificação e classificação dos padrões matemáticos da calçada das nove ilhas dos Açores, um levantamento que ficou concluído recentemente.
Além de ser um instrumento de trabalho para os professores que podem aplicar estes roteiros de simetria numa visita de estudo, Ricardo Teixeira disse que a "matemática das calçadas" pode ser também explorada do ponto de vista turístico e cultural, propondo a tradução destes roteiros em várias línguas, com o apoio das autarquias, cruzando assim património e ciência.
"Por exemplo, o levantamento conclui que Ponta Delgada e Angra do Heorismo têm cinco tipos de frisos e a cidade da Horta tem seis tipos de frisos. É uma riqueza a nível patrimonial e com potencial de exploração em termos culturais e científicos que deve ser aproveitada", disse.
Atualmente estão disponíveis os roteiros de simetria de São Miguel, Terceira, Faial e Pico na página http://sites.uac.pt/rteixeira/simetrias/ e está em conclusão o roteiro das restantes cinco ilhas, no âmbito do projeto nacional Matemática Urbana, um dos quatro temas principais do Ano Internacional da Matemática do Planeta Terra.
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