Quinta produtora de laranja na freguesia da Terra Chã |
A
laranjeira foi introduzida nos Açores no século XVI e desenvolveu-se muito bem graças
às boas características do solo e às favoráveis condições climáticas. A
produção e a comercialização da laranja foram responsáveis por um período de
grande prosperidade no arquipélago dos Açores. Os investimentos foram significativos
para o desenvolvimento do tecido económico da região que até se tornou comum
designar o período entre 1750 a 1870 como o “período da laranja” ou a “ ciclo da
laranja” (Dias, 1995)
Cultura
da laranja na Ilha Terceira, como nas outras ilhas espalhou-se rapidamente. Inicialmente,
esta cultura só fazia parte da economia de subsistência, no entanto, na segunda
metade do século XVII, a produção de laranja conseguiu alavancar a pobre
economia local para passar a constituir a laranja como produto de exportação
para o Reino Unido
Loiça inglesa |
A actividade comercial processava-se do seguinte modo: os comerciantes compravam
as laranjas ainda nas árvores, após a avaliação dos pomares pelos “cabeças” os
encarregados dos comerciantes. Quando os navios ingleses atracavam no porto de
Angra um dos homens dos comerciantes percorria as freguesias avisando a chegada
do navio. Os homens de trabalho depressa se dirigiam aos pomares para a colher
laranja. Então, a laranja era transportada para o porto, acondicionada em
caixotes de madeira e separada por folhas de milho para não se esmagarem.
A principal razão para o declínio desta cultura
foi causada por vários factores: a baixa de preços no mercado inglês, a perda de
qualidade da laranja e também por uma doença, Coccus herperidum , que atacou os pomares de laranja de todas as
ilhas.
Na Ilha terceira, actualmente, existem vestígios desse período áureo da cultura da
laranja como se pode constatar pelas várias quintas ainda existentes na zona da
Terra Chã, São Carlos e São Pedro e também a existência de várias peças de louça
inglesa, herança do negocio da laranja.
Por
André Santos
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