Maria Fernanda Simões nasceu no lugar das Terras, na ilha do Pico, onde viveu até aos 29 anos.
Desde muito nova desenvolveu o gosto pela leitura e gostava muito de ouvir histórias sobre os antepassados.
Foi professora regente durante 4 anos, dois no Pico e dois nas Flores.
Em 1971 emigrou para os Estados Unidos da América.
Casou com José Martins Simões, natural da Terceira, e tem duas filhas, Angelina e Arlinda, e quatro netos.
Após a sua chegada aos Estados Unidos, completou os cursos da escola secundária e o de Artes Liberais, no Colégio das Sequóias.
Durante 23 anos produziu e apresentou um programa de rádio em língua portuguesa numa estação de rádio da Califórnia.
Foi presidente da centenária sociedade fraternal SPRI (Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel) nos anos de 1994-1995.
Entre os seus passatempos, a pintura a óleo é favorecida, tendo já participado em várias exposições, em várias cidades dos EUA, sendo também membro do Kings Art Center, em Hanford, Califórnia.
Muito saudosista da sua terra, as recordações têm-na acompanhado sempre, pelo que já publicou 4 livros com o objetivo de dar a conhecer ou relembrar de como se vivia nessa altura.
Estão aqui representados nesta foto os seus primeiros três livros.
O seu primeiro livro, "Os Meses das Nossas Raízes" (2005), fala sobre o que se fazia nos vários meses do ano, com poesia a acompanhar cada mês.
O seu segundo livro, "As Lavadeiras, Suas Lidas e Maluqueiras" (2008) incide sobre as lavadeiras, que íam lavar a roupa às ribeiras, as suas vidas, as suas histórias, e a acompanhar bonita poesia sobre o tema.
O seu terceiro livro, "Saudades dos Tempos Que Já Lá Vão" (2010), retrata as lides relacionadas com a cultura do trigo, seguindo as várias etapas até se transformar em farinha, e a acompanhar, bela poesia, da qual aqui transcrevo um exemplo:
"Cada dia"
Cada dia que vivemos é uma bênção,
Concedida pelo Pai Superior,
Testemunho fiel,
Como emblema, dum Perfeito Amor.
Cada dia que vivemos é um desafio,
Submetido pelas leis da nossa crença,
Buscando o caminho justo,
Para a redenção e nossa recompensa.
Cada dia que vivemos é uma jornada,
Cada degrau uma hora de impressão,
Que nos leva à glória celeste,
Nos enriquece na subida à salvação.
O seu quarto livro, "Em cada canto um Divino Espírito Santo" (2012), não se encontra aqui retratado por ainda não o possuir, mas, tal como o nome indica, fala sobre essa tão importante tradição açoriana, que é o culto em honra do Espírito Santo.
São bonitos e interessantes livros que além da poesia, também se fazem acompanhar por fotos ilustrativas e até pinturas da autora.
Com estes livros ficamos a saber mais sobre a cultura açoriana, de tempos que não eram fáceis, em que o trabalho era muito, mas as pessoas eram mais unidas e a partilha era maior.
Um grande tributo às pessoas retratadas e à ilha do Pico.
Foto dos livros: Andreia Rosa
Sem comentários:
Enviar um comentário