Massivemov Crowdfunding - Mulher sem Leque é como Cavaleiro sem Espada







O Museu de Angra do Heroísmo, através da sua Associação de Amigos estreou-se no projecto de recoleção de fundos “Mulher sem Leque é como Cavaleiro sem Espada”, recorrendo à plataforma virtual de finan­ciamento colaborativo Massivemov Crowdfunding. O objectivo é recuperar um bonito leque do final do século XIX, em seda bordada com varetas em madeira entalhada, pertencente ao acervo desta instituição, median­te a recolha de contribuições do cidadão comum e de empresas parceiras que poderão associar-se ao mesmo, acedendo ao endereço http://www.massivemov.com/mulhersemleque e fazendo o seu donativo on line.
No acervo do Museu de Angra do Heroísmo existe um conjunto de leques dos séculos XIX e XX de significati­vo interesse pela variedade dos materiais e diversidade de tipologias. Em madeira envernizada e lacada, osso, tartaruga, papel e tecido, de dupla face, baralho, ou em estilo mandarim, estes leques constituem uma deliciosa lição sobre elegância e sedução femininas. A sua natu­reza frágil e delicada, com o passar do tempo, conduziu, contudo, a estados de conservação que impedem a exposição e aprecia­ção de alguns destes artefactos, cujo resgate se encetou já em 2013. A re­cuperação do leque para o qual se pretende financiamento através do presente crowndfunding iniciar-se-á logo após a obtenção da verba ne­cessária (1000 €) e deverá estar con­cluída um mês depois.
Cada contribuição, que pode variar entre os cinco, dez, vinte e cinquen­ta euros, será recompensada com um conjunto de ofertas escalona­das consoante o valor do donativo, nomeadamente o jogo “O Assalto”, reproduções da gravura “Tourada à Corda”, um conjunto de cinco anti­gos brindes e etiquetas da extinta Fá­brica de Tabaco Âncora, o DVD “Do­cumentário Terceirense” de 1927 e o catálogo da exposição “Do Mar e da Terra... uma história no Atlântico”.
O apoio das empresas privadas in­sere-se no âmbito do mecenato cul­tural, podendo as mesmas benefi­ciar das reduções em IRC inerentes a essa figura fiscal e ainda dos instru­mentos de divulgação do Museu de Angra do Heroísmo a desenvolver no âmbito do projeto em causa.
A Associação dos Amigos do Mu­seu de Angra, que se associa a esta campanha de recolha de fundos, é um parceiro desta instituição desde 1993, apoiando a realização de pro­jetos que valorizam a herança mate­rial que ela congrega.



Fonte: Museu de Angra do Heroísmo

Viola da Terra

Viola da Terra - Fonte de imagem: http://burrademilho.blogspot.pt
A Viola surge nos Açores na segunda metade do século XV, trazida pelos primeiros povoadores nas suas bagagens.
A Viola de então, poucas semelhanças deveria ter com a nossa actual Viola da Terra, que herdou a imaginação de várias gerações de construtores.
A Viola de Arame ou Viola dos Dois Corações, nomes por que também é conhecida, era acompanhante natural de todos os cantares festivos, bailes, derriços, desgarradas, desafios e despiques, e também dos devaneios sentimentais, líricos e amorosos.
A Viola da Terra fazia parte do dote do noivo e o seu lugar, durante o dia, em cima de uma colcha axadrezada, como adorno do quarto de cama, era uma presença constante. Esta união, em que a Viola era colocada com as cordas viradas para baixo, em contacto com o tecido da colcha, prevenia, dizem os antigos, a Viola da Terra de ganhar humidade, pois este é um instrumento extremamente sensível a variações climatéricas

“O que eram os bailes do povo”

     “Noutros tempos as diversões populares limitavam-se ao jogo do bilro, do dominó e aos jogos de cartas (sueca, bisca de 3, bisca de 9, burro, perde-ganha e truque). Uma outra diversão – o balho – quando surgia, punha logo todas as outras de parte; havia alvoroço, havia um manifesto entusiasmo por ele.

   Toda a gente se sentia atraída pelos balhos. E já se previa o jeito que dava umas voltinhas no Pezinho ou na Bela Aurora, ou, pelo menos, se ouviria o costumado despique, ou ainda o gracejo de algum espirituoso cantador!
   Esses divertimentos faziam delirar a gente nova, porque o balho era o jardim onde se apanhava a flor escolhida… e os mais velhos, envolvidos no ramalhete, prestavam-se ao disfarce dos olhares interesseiros impossíveis de se trocarem nas proximidades das residências dos papás.

   Os balhos juntavam os povoados, arrastavam as pessoas desejosas de enfrentarem longas caminhadas só para cantar e bailar. Tudo era festa. A romaria era uma caminhada festiva, um folguedo atraente, uma alegria vivida na mais ampla exteriorização dos prazeres mundanos.

   A Viola da Terra acionava todos os que se envolviam nos cantares e nas danças; era a mola real a incentivar à folgança; a companhia mais íntima dos ranchos que se deslocavam a lugares distantes onde quer que houvesse festa rija. A Viola era o chamariz. A sua presença, em qualquer parte provocava reunião: uns levantam a voz enquanto outros volteiam frente a frente ou em volta, e eis o balhos nas casas do mordomo do Menino Jesus, do Imperador do Espírito Santo e nas matanças do porco."
  
 O povo divertia-se desta maneira tão espirituosa, distraia-se de um modo salutar, sem ódio, sem malquerer. Eram assim os balhos que nada tinham a ver com outros passatempos. “

 Tenente Francisco José Dias

“Cantigas do Povo dos Açores”
1981;  Pág. 25

Andreia

Zona de Protecção Especial do Ilhéu da Vila e Costa Adjacente



A Zona de Protecção Especial do Ilhéu da Vila e Costa Adjacente está situada a noroeste da ilha de Santa Maria, ocupando a linha de costa que vai desde a Ponta do Malmerendo à Cagarra.
O Ilhéu da Vila, especialmente importante para a nidificação de aves marinhas migratórias ameaçadas, encontra-se a cerca de duzentos metros da costa, a poente de Vila do Porto.
Para além de ser um espaço dos mais importantes dos Açores para a nidificação de aves marinhas protegidas, a Zona de Protecção Especial do Ilhéu da Vila e Costa Adjacente também comporta vegetação perene das praias, de calhaus rolados e falésias com flora endémica das costas macaronésicas.
Aqui nidificam algumas aves marinhas protegidas tais como: o Cagarro (Calonectris diomedea borealis), o Frulho (Puffinus assimilis baroli), Garajau-rosado (Sterna dougalii), Pombo-torcaz-dos-Açores (Columba palumbus azoricus), Alma-negra (Bulweria bulwerii), Milhafre (Buteo buteo rothchildi), Estrelinha (Regulus regulus azoricus), entre muitas outras.
Neste local ainda se encontram algumas espécies da flora endémica dos Açores e protegidas pela directiva Habitas e Convenção de Berna tais como: a Não-me-esqueças (Myosotis marítima) e a Spergularia azorica, as quais evidenciam a riqueza ecológica desta Zona de Protecção Especial integrada na Rede Natura 2000.


Fonte:http://www.exploresantamaria.com.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=16&Itemid=18


Sandra Amaral

Estórias de São João do Pico... Roçadores de mato

"Eu lembro-me muito bem do Ti João Cabrito e da sua equipa de roçadore. E eu lembro-me de aos doze anos querer ser, como eles, um roçador de urzes. Lembro-me de querer subir à montanha para avistar ao longe a vila das Lages, para ver , lá do alto, o nascer do sol, para almoçar com os pastores o leite quentinho das vacas ordenhado no local.
Aconteceu que o Ti Jaime das Miguelas, Jaime Leal de seu nome verdadeiro, soube destes meus sonhos e perguntou-me se queria ir aprender a roçar nas suas terras. E prometeu-me quatro escudos por dia, leite e queijo para duas refeições. E disse que eu teria de levar o bolo, um fiocinho e umas luvas.
Achei a oferta generosa e fui falar com meus pais que se não opusera. Meu irmão Fernando, com dez anos quis ir também e Ti Jaime disse-lhe que sim.
E fomos logo nesse dia à tenda do ferreiro Ti Benzinho encomendar dois foicinhos para roçar urzes.


O Ti Benzinho olhou admirado para nós e disse:
- Mas a Canada do Papia tem assim tanto urze para roçar?!
- Mas nós vamos roçar para as pastagens do Ti Jaime das Miguelas!
Os homens que estavam na tenda olharam para nós e o Ti José do Pombo chamou sovinaao seu vizinho por recorrer ao trabalho de rapazes tão pequenos.
-Então qual é o tamanho do foicinho que querem?
- Queremos igual ao do Ti Cabrito!
- Mas ele é um roçador de primeira. Não conseguem manejar um foicinho assim!
- Então faça-o mais pequeno, mas igual.
No dia seguinte meu irmão e eu tínhamos os dois foicinhos. Agora falatavam as albarcas, as meias de lã e umas luvas.
Meu pai fez-nos dois pares de luvas com a pele de uma cabra.

As albarcas fui encomendá-las ao sapateiro Ti Jeremias. Eu levava já um pedaço de pneu e correias fortes de pele de vaca. Prometi pagar-lhe ao fim do verão quando recebesse o dinheiro de roçar.
- Mas que história é essa de ir roçar, admirou-se o sapateiro.
- É que eu vou roçar para as pastagens do Ti Jaime das Miguelas!
- Tu vais roçar para o meu irmão? Então agora o meu irmão vai roçar pastagens com rapazes?!
Ti Jeremias voltou a olhar para mim e disse:
- Olha lá, para que queres tu dois pares de albarcas?
- Umas são para mim, outras para o meu irmão!
- Ah! Agora compreendo. Temos então uma equipa de roçadores. Para pagar no fim do verão, não é? Aceito o contrato.
Ti Jeremias foi buscar uma folha de papel, colocou-a no chão e disse-me:
- Põe aqui o teu pé. E fez um risco em volta do meu pé que ficou marcado no papel.
- E o teu irmão?
- Meu irmão ficou em casa. Mas faça igual. Ele é mais novo mas é mais alto do que eu.
Quando voltei à tenda do sapateiro no fim da tarde as albarcas estavam prontas tal qual como eu gostava.

Nessa noite fomos cedo para a cama. O Ti Jaime das Miguelas marcara a saída para as três da madrugada poisqueria ordenhar as vacas ao amanhecer.
Minha mãe chamou-nos cedo e preparou-nos alguma coisa de comer.


Subimos com Ti Jaime a Canada do Arrasto e depois o caminho da montanha guiados pela luz de uma pequena lanterna que mal iluminava o caminho projectando as sombras que dançavam como fantasmas à nossa frente.
Atingimos finalmente as pastagens. Havia já luz do dia, cantavam os pássaros e sentia-se o cheiro da erva molhada.
O Ti Jaime mungiu as vacas e o nosso primeiro almoço foi esse leite quentinho com o bolo que traziamos.
O Ti Jaime começou então o seu trabalho de roçador. A seu lado os nossos foicinhos procuravam acompanhá-lo cortando urzes e silvas.
Deixáramos de pensar nas nossas brincadeiras de criança. A partir desse momento éramos já uns homens."

Fonte:
Martins, Manuel, Longínquo Despertar, O Alvião, s.d., págs. 19 - 21

Fonte das imagens:
Martins, Manuel, Longínquo Despertar, O Alvião, s.d., págs. 18, 22

Um dia com os vigilantes da Natureza




"No âmbito do programa do Parque Aberto do Parque Natural do Faial, do Dia Mundial das Zonas Húmidas, e do dia Nacional dos Vigilantes da Natureza, a Secretaria Regional dos Recursos Naturais irá desenvolver uma atividade de observação de aves denominada "Um dia com os Vigilantes da Natureza" no próximo dia 01 de Fevereiro, pelas 09h00.
Com esta atividade pretende-se divulgar e incentivar a comunidade local a conhecer as riquezas do Parque Natural e despertar o interesse e gosto pela avifauna dos Açores, dando a conhecer um conjunto de espécies e subespécies de aves residentes e migratórias dos Açores.
Na ilha do Faial, os locais com interesse ornitológico são o Porto Pim, o Porto da Horta para a observação de limícolas e aves marinhas, os Charcos de Pedro Miguel para observação de patos, mergulhões e limícolas e a Reserva Natural da Caldeira que é uma Zona Húmida de Importância Internacional (Área Ramsar), sendo um dos spots mais interessantes para a atividade de observação de aves.,
A atividade "um dia com os Vigilantes da Natureza" encontra-se sujeita a inscrições, as quais são gratuitas, e poderão ser realizadas através do e-mail: parque.natural.faial@azores.gov.pt ou do telefone 292 207 382.
Venha conhecer a magnifica avifauna dos Açores e passar um sábado agradável na nossa companhia!"


Fonte do texto: Cartaz do Parque Natural do Faial

Fonte da imagem: Parque Natural do Faial


Laura Ribeiro

Vidália

A vidália, de nome cientifico Azorina vidalii, é um pequeno arbusto com flores em campânula, brancas e cor-de-rosa. O seu período de floração ocorre entre os meses de Abril a Setembro.
Cresce nas fendas das falésias costeiras bem como nas vertentes arenosas e abruptas, mas sempre em habitats muitos expostos aos ventos e maresia.

A vidália é a única espécie do único género endémico dos Açores e um dos elementos mais preciosos da sua flora. É um espécie cuja protecção é prioritária. Pode ser encontrada em todas as ilhas dos arquipélago.

Postal à venda nos Quiosques de Turismo

BTL 2014 lança 1º Blogger Travel Awards



BTL-Feira Internacional de Turismo Lisboa/Portugal

De 12 a 16 de Março a BTL 2014 vai lançar a primeira edição dos BTL Blogger Travel Awards, em Lisboa, que vai premiar os melhores blogues de viagens nacionais e de língua portuguesa.


A 26ª edição da BTL vai apostar no prémio Melhor Stand BTL 2014 e também irá realçar o segmento Meeting Industry (MI), que terá um maior destaque e exposição no programa de ‘hosted buyers’. 


Como ponto de encontro para a apresentação da oferta turística dos países da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, a BTL vai ser palco dos fóruns da CPLP, nomeadamente o I Fórum Empresarial de Turismo de Países de Língua Oficial Portuguesa, no primeiro dia da feira, reforçado com o I Fórum de Governantes de Turismo de Países de Língua Oficial Portuguesa, no dia 13 de Março, promovido pela Organização Mundial de Turismo.


No primeiro dia da BTL vai realizar-se também a 4ª edição Publituris Portugal Trade Awards, que diferenciam 16 categorias do sector, nomeadamente Melhor Empresa de Cruzeiros, Melhor GSA Aviação, Melhor Empresa de Transfers, Melhor PCO, Melhor Operador Internacional, Melhor Espaço de Eventos, Melhor Espaço para Congressos, Melhor Empresa de Turismo Activo, Melhor Agência Corporate, Melhor Site de Operador, Melhor Porto/Marina, Melhor Hotel Independente, Melhor Site Hoteleiro, Melhor Turismo em Espaço Rural, Melhor Autarquia e Prémio Inovação.
 
Fonte: http://www.publituris.pt/2014/01/27/btl-2014-lanca-lo-blogger-travel-awards/ 

Elisabete Rosa