Governo dos Açores diz que marcação de peixe começa em 2016







A marcação do peixe capturado no mar dos Açores será implementada em 2016, técnica pioneira em Portugal que vai permitir controlar a fuga à lota, valorizar o pescado e dar acesso a informações via telemóvel aos consumidores, foi hoje anunciado.
 
Na apresentação do projeto-piloto de marcação do pescado, em Ponta Delgada, o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia adiantou que, “até ao final do ano”, deverá estar escolhida a melhor técnica para marcar o peixe e concluída a base de dados da Lotaçor, empresa pública que gere as lotas nos Açores, que fará o cruzamento entre a caixa que passa na lota e o código de barras da cada etiqueta colocada individualmente no peixe comercializado.
Fausto Brito e Abreu referiu que, a seguir, será feita a compra de equipamento para a marcação do pescado para todas as lotas e encomenda das respetivas etiquetas com código de barras.
Isto será feito concorrendo a fundos comunitários do próximo quadro comunitário de apoio e Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, que ainda está a ser regulamentado, estimando-se que, numa primeira fase, este investimento não será superior a 50 mil euros.
“É um desígnio da política comum de pescas a rastreabilidade do pescado, que permitirá às autoridades competentes e aos consumidores, compradores de peixe poderem acompanhar o pescado desde que é capturado até que é vendido”, afirmou Fausto Brito e Abreu, acrescentando ser “simbólico” que a apresentação pública deste projeto-piloto “da região mais marítima do país” decorra no dia nacional do mar.
A técnica hoje testada recorre a uma pistola que agrafa uma etiqueta de plástico com o símbolo da marca Açores e um código de barras, que pode ser lido por um telemóvel, reencaminhando para a página da Lotaçor onde constam informações como a data de caputa, a ilha e a data em que foi vendido em lota espécies como Goraz, Garoupa, Peixão, Cherne, Pargo, Imperador, Atum Patudo entre outras.
“Esta técnica que está agora a ser testada pela Lotaçor e que queremos operacionalizar no decorrer do próximo ano permitirá a qualquer comprador/cidadão que vai ao supermercado ou peixaria usar o código de barras que está na etiqueta da marca Açores e com o seu telemóvel ter acesso à base de dados da Lotaçor”, disse o governante, destacando que, desta forma, valoriza-se o pescado capturado nos Açores e evita-se a falsificação do nome dos Açores quando o peixe é vendido em lotas estrangeiras.
Segundo disse Fausto Brito e Abreu esta é uma técnica pioneira em Portugal, dado que até agora a marcação que existia se limitava a crustáceos, como lagostas e cavacos, por exemplo.
Também hoje foi assinado entre a Lotaçor e a Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA) um contrato de adesão à marca Açores, que permitirá a cerca de dez espécies com elevado valor comercial comercializar peixe, ostentando esta "selo de qualidade".
A presidente da Lotaçor adiantou aos jornalistas que “não é fácil marcar peixe”, dado ser um alimento perecível e haver consumidores que não gostam de marcas no pescado, daí estarem a ser testadas várias formas de marcação do peixe capturado nos Açores.
“Queremos violar o menos possível pondo ou uma braçadeira na cauda ou pondo algo na cabeça onde não danifique o peixe. Há espécies que são muito moles como o chicharro, o espado branca, que se danificam facilmente, por isso, todo o cuidado é pouco”, afirmou Cíntia Machado.
De acordo com dados da Lotaçor no mar dos Açores podem ser capturadas cerca de 200 espécies marinhas, contudo, destas apenas um quarto são capturadas para consumo humano.




http://www.acorianooriental.pt/noticia/governo-dos-acores-diz-que-marcacao-de-peixe-comeca-em-2016

Carolina Simas

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