Reza a lenda que, há alguns anos atrás, havia uma família nobre na ilha Terceira que tinha ao seu dispor escravos negros. A filha dessa tão afamada família, aceitou, como era costume naquela altura, casar por conveniência para a união de terras e consequente aumento do poder. Embora sendo um casamento onde reinava a ausência de amor, a jovem submeteu-se a tal, mesmo sabendo que se sentia apaixonada por um dos seus escravos e que esse amor era recíproco.
Certo dia o escravo ganhou coragem e confessou os seus sentimentos à sua amada, o que fez com que ambos chegassem à conclusão que tal amor nunca poderia acontecer no meio em que viviam e que a única solução seria fugir.
No entanto o marido foi informado por uma das aias a quem tinha pedido que seguisse a jovem para todo o lado.
Ao sentir os cães ladrar o escravo pressentiu que algo estava errado, pois não era dia de caça, pondo-se logo em fuga pelos campos em direcção ao interior da ilha. Durante toda a noite fugiu e como consequência começou a ficar cansado, sentia que os cavalos estavam cada vez mais próximos e sem ter onde se resguardar decidiu parar e ficar ali mesmo ao mercê da sua sorte.
Em desespero começou a chorar, rapidamente as suas lágrimas multiplicaram-se fazendo surgir uma majestosa lagoa à sua frente. Quando se apercebeu da lagoa já os cavalos estavam bem perto dele e sem outra alternativa, o escravo atirou-se à lagoa de águas escuras e serenas, onde acabou por se afogar.
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