Está patente ao público, na Galeria de Exposições Temporárias do
Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, a Peça do Mês de Fevereiro - Maxilar de falsa orca.
Trata-se de um maxilar completo, em osso, de uma falsa orca
(killer whale / baleia assassina), com dentição completa (20 dentes), em
marfim. Com cerca de 5,480kg, 53 cm de comprimento e 38 cm de largura máxima, é
um exemplar singular e raro.
É uma peça associada ao imaginário da baleação e à biologia do
cachalote, considerando que a orca é um dos mais temíveis inimigos do
cachalote.
Falsa-Orca (Nome científico: Pseudorca crassidens – Família: Delphinidae; Nome
comum nos Açores: Negro):
Os machos adultos medem entre 5 e 6 m de comprimento e pesam até
2,2 toneladas. As fêmeas medem entre 4 e 5 m e pesam até 1,2 toneladas. Os
recém-nascidos medem cerca de 1,5 m e 2,1 m e pesam em média 80 kg. De cor
negra (daí o nome dado nos Açores), à exceção de uma mancha cinza na face
ventral e corpo alongado, com melão pouco desenvolvido e sem bico. Alimentam-se
de peixes de grandes dimensões, como atuns e os espadins, mas também de
cefalópodes. Este animal goza de má reputação e é descrito pelos pescadores
como sendo muito agressivo. São animais muito gregários e a comunicação te, sem
dúvida, um papel muito importante na coesão do grupo. Os sons emitidos por esta
espécie são extremamente diversificados e é possível que cada animal produza
uma vocalização diferente.
Nos Açores, este grande delfinídeo encontra-se frequentemente em
companhia de outras espécies. Estas não se preocupam com a má reputação das
falsas-orcas, parecendo mesmo estar à vontade na sua companhia e, por vezes,
fazem disputas entre eles. Um pouco tímida e muito ativa, a falsa-orca vem com
frequência acompanhar à proa, nadando rapidamente, a cerca de 15 nós. Realiza
saltos completos fora de água, provocando um splash grande,
o que leva a suspeitar que se trate de um animal de maiores dimensões. É uma
espécie que aparece quase sempre em grandes grupos, os quais ultrapassam várias
dezenas e, por vezes, as centenas de indivíduos. É observado com maior
frequência afastado de 3 a 4 milhas da costa. O sopro é bastante percetível,
ventilando de cada 15 a 20 segundos. Emerge frequentemente com a boca aberta,
sendo possível observar a sua impressionante dentição.
(Informação científica retirada de www.espacotalssa.com Cetáceos dos Açores, Espaço Talassa, 1 de
fevereiro de 2016)
Possuindo um excecional poder de atração junto do público
visitante, a aquisição desta peça a António Homem Goulart Júnior, permitiu
fortalecer e consolidar o acervo museológico do Museu dos Baleeiros.
Fonte:
www.culturacores.azores.gov.pt
Ana
Cabrita
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