A partir de 29 de Março, as ligações
entre as ilhas de São Miguel e Terceira e o continente passam a ser
liberalizadas. Presidente da Associação Ecológica Amigos dos Açores diz que é
fundamental haver um controlo nos acessos aos locais com "sensibilidade mais
acentuada".
O
Governo dos Açores assegura que a actual legislação é suficiente para garantir
a preservação ambiental das ilhas face ao previsível aumento de turistas com o
início da operação das low cost a partir de final do mês.
"Os
Açores tem regulamentação bastante vasta e tanto é que, face a essa legislação
e às medidas que têm sido implementadas, temos sido galardoados ano após ano
relativamente à questão da sustentabilidade ambiental", afirmou o director
regional do Turismo, João Bettencourt, em declarações à Lusa.
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A
partir de 29 de Março, as ligações entre as ilhas de São Miguel e Terceira e o
continente passam a ser liberalizadas, permitindo a operação nos Açores de duas
companhias aéreas de baixo custo (Raynair e Easyjet), que vão voar, para já,
apenas para a maior ilha açoriana (São Miguel).
Para
o director regional do Turismo, as ilhas "têm capacidade" para
garantir a sua sustentabilidade ambiental com o previsível aumento de turistas,
mas garantiu que executivo estará "sempre atento e aberto a regulamentação
mesmo promovida pelos privados", caso estes entendam que
"determinadas zonas necessitem de um tratamento
especial". "Mas, neste momento, não se vislumbra essa
necessidade, porque os Açores têm efectivamente uma base legal bastante vasta
que cobre toda a região quer em terra, quer nas áreas marítimas",
acrescentou.
O
arquipélago tem legislação ambiental que consagra em cada uma das ilhas dos
Açores um parque natural, responsável por gerir todo o património natural dessa
ilha, dando garantias de proteção dos recursos naturais, segundo o executivo
regional. "Neste momento, qualquer ilha dos Açores tem legislação
enquadradora. Poderá eventualmente nalguma actividade em particular ter de se
criar nova regulamentação, mas isso a seu tempo se verá", disse ainda João
Bettencourt.
O presidente da Associação Ecológica Amigos dos Açores
considera fundamental haver um controlo nos acessos aos locais da região com
"sensibilidade mais acentuada" perante a entrada das low cost nas
ilhas e o previsível aumento de turistas.
Embora
"ainda exista um certo desconhecimento do impacto que possa advir do
aumento das visitas, principalmente naquelas ilhas com voos diretos em
regime low cost", Diogo Caetano considera fundamental haver um
controlo nos acessos aos locais com "uma sensibilidade mais
acentuada", para evitar qualquer tipo de prejuízos na natureza.
"Não é ter apenas regras bem
definidas, mas também pô-las em prática e verificá-las. Assegurar que a
capacidade de carga de um determinado monumento natural, caso da Caldeira Velha
[na Ribeira Grande, em São Miguel] ou de uma cavidade vulcânica, ser
efectivamente validada a cada dia que passa e a cada momento que recebe
visitas, no sentido de se balizar aquele número de pessoas que podem ser admitidas
simultaneamente ou ao longo de um dia", afirmou, em declarações à agência
Lusa.
Diogo Caetano referiu que este
tipo de regras já se aplica, por exemplo, no ilhéu de Vila Franca do Campo ou
na Gruta do Carvão, dois locais da ilha de São Miguel. Para além de um
"grande planeamento" e uma "grande prevenção", Diogo
Caetano insistiu em que é necessária também uma "boa
regulação". "Porque se tivermos só medidas preventivas que
depois não sejam validadas aquando da visitação propriamente dita, também poderemos
estar a ameaçar alguns dos locais na sua integridade ecológica, geológica e
biológica", afirmou.
O presidente da associação
ecologista defendeu, por isso, que em todos os locais com "uma
sensibilidade mais acentuada", nomeadamente "as áreas protegidas,
caso dos trilhos pedestres e monumentos naturais", a visitação seja feita
de "modo regrado" e disponibilizando aos turistas "informação
suficientemente adequada nas mais diversas linguagens" e "na maior
ética possível relativamente às questões ambientais".
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