Dia Nacional dos Moinhos

Hoje assinala-se o Dia Nacional dos Moinhos e, mais do que em qualquer outra ilha dos Açores, os moinhos marcam a paisagem da Graciosa.
Como tal, o museu da ilha assinala o dia com visitas guiadas ao Moinho de Vento das Fontes, estando aberto ao público das 14h30 às 16h30.   
São raros os casos de moinhos que ainda hoje moam cereais. Muitos estão em ruínas, outros ganharam novas funções, mas o seu valor patrimonial não deve passar despercebido.
            “De acordo com um levantamento do arquiteto Luís Bettencourt, autor da obra "Moinhos de vento dos Açores: novo papel na sociedade contemporânea" existem cerca de 180 moinhos de vento no grupo central.”
            Em algumas ilhas do arquipélago, sobretudo nas Flores e em São Miguel, é possível encontrar também moinhos a água, mas a maioria trabalhava a vento.
            Segundo a obra de Luís Bettencourt, a maioria dos moinhos encontrados na pesquisa estava em ruínas, cerca de 150 a 160.
            Mas na Graciosa, o cenário é diferente. Numa ilha com 62 quilómetros quadrados, existem 28 moinhos, sendo que mais de metade está recuperada, de acordo com Jorge Cunha, director do Museu da Graciosa.
Tendo em conta a pequena dimensão da ilha, o número de moinhos é bastante significativo.


            Os moinhos foram introduzidos nos Açores no primeiro quartel do século XIX. O primeiro que se conhece data de 1818, na ilha Terceira.
Na Graciosa, os moinhos multiplicaram-se sobretudo devido ao aumento da produção de cereais.
Em 1911, estavam registados na ilha sete moinhos, 30 anos mais tarde já existiam 26 exemplares. Na altura, a ilha tinha o dobro da população e produziam sobretudo cereais.
            A Graciosa chegou a ser a principal exportadora de cevada dos Açores, exportando também trigo.
            Os moinhos de vento chegaram a ser complementados com atafonas, puxadas por animais.
            Nos finais da década de 60, inícios da década de 70, contudo, os graciosenses começaram a importar cereais.
            A justificação, segundo o director do Museu da Graciosa, está numa praga de pardais, mas sobretudo na emigração da população, que deixou a ilha sem mão-de-obra. "Era mais barato importar os cereais".
            Na década de 90, os moinhos deixam praticamente de funcionar. Hoje, há quem veja neles uma oportunidade de desenvolver um negócio ligado ao turismo, utilizando-os como unidades de turismo rural.

             

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