Processo de Produção de Chás

           

            Os Açores são a única região europeia a produzir chá, tendo dado início a esta actividade no século XIX. Deste modo os Açores reservam-se ao direito de defender uma das suas exportações mais características.
            Começou no início do século XIX quando as pessoas trouxeram o chá do Brasil. A Sociedade da Indústria Micaelense, da ilha de S. Miguel, deu um impulso fundamental para o cultivo da planta do chá, providenciando a vinda de dois chineses. Chegaram à ilha em Março de 1978, ensinando a produzir esta bebida. Só a partir da vinda destes dois chineses é que se começou a produzir ao nível industrial, passando a ter relevância económica.
           Até meados do século XX havia 12 a 15 plantações de chá nos Açores, principalmente na costa norte da ilha, no concelho de Ribeira Grande (São Miguel). Embora ainda hoje existam pessoas que continuam a produzir chá em casa, para seu próprio consumo. Mas depois a produção começou a decair, principalmente com a política do Estado Novo de protecção ao chá de Moçambique. Depois, a pouco e pouco, foram desaparecendo. Actualmente restam somente duas plantações de chá, que é a plantação de chá da Gorreana e a plantação de Porto Formoso.
             Há várias variedades de chá, todas provenientes da planta "camellia sinensis". Chá de tília, chá de cidreira, isso não são chás no verdadeiro sentido da palavra, são tisanas. Desse há algumas variedades produzidas nos Açores, como o chá "orange pekoe", o "pekoe" ou o "broken leaf". Todos estes chás são produzidos, quer na Gorreana, quer no Porto Formoso, só que a única plantação que produz o chá verde é a da Gorreana. É um chá não fermentado, leve que os chás pretos, tem um sabor que lembra as plantas verdes e tem propriedades terapêuticas (anti-cancerígenas, anti-inflamatórias), é purificador do organismo e é o chá mais consumido pelos chineses. A sua produção na ilha de S. Miguel quintuplicou nos últimos 10 anos.
             A ideia foi, por um lado, dar a conhecer as características boas desta bebida, que é a segunda mais consumida depois da água. Por outro lado, fazer um estudo sistemático no aspecto científico de todas as características do chá. Depois, também interessou a parte comercial e as potencialidades do solo açoriano para a produção de chá, o que tentou incentivar os jovens empresários a investir neste ramo. Esta é uma exportação fácil porque é um produto leve. Um pacote de chá dá para umas dezenas largas de chávenas de chá. Os Açores são a única região do território europeu onde se produz chá.
            Fez-se o registo da patente "Chá dos Açores –o chá europeu" no Instituto Nacional da Propriedade Industrial e, mas, também propôe-se ao nível da União Europeia.
           A produção de chá é realizada através de processos muito regidos, em que se pode dizer que a delicadeza para com a planta é a base do acontecimento.
          O período da apanha da folha da Camellia sinensis acontece por um espaço temporal que se estende entre os meses de Abril e Setembro, e isto para que seja numa época estival em que, pelo facto de chover menos também a planta cresce menos, em consequência o chá tenha maior qualidade a nível do paladar.
Após a apanha, inicia-se um processo de transformação da folha, que passa pelo murchamento, a enrolagem, a oxidação e a secagem. Depois deste processo estar concluído inicía-se a seleção.
           Desta seleção resulta três tipos de chá, que são característicos das folhas que lhes deu origem.
O chá tido por mais perfeito e forte é denominado "Orange Pekoe", sendo este chá obtido apenas do botão e da primeira folha do rebento.


Fonte:http://www.origens.pt/explorar/doc.php?id=1626
Fonte:http://jpn.c2com.up.pt/2006/06/30/cha_dos_acores_o_cha_europeu.html

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