A vegetação natural dos Açores é constituída por um elevado
número de espécies endémicas. Espécies endémicas são espécies cuja distribuição
geográfica se limita a uma determinada zona do globo. Uma espécie endémica dos
Açores significa que apenas existe, de forma espontânea, na Região Autónoma dos
Açores. O facto dos Açores serem constituídos por ilhas, ou seja, regiões
isoladas, contribuiu para o aparecimento destas espécies, que constituem um
património natural único no mundo. Algumas destas espécies nem sequer existem
em todas as ilhas, estando confinadas a apenas algumas ou até a um único
espaço.
Desde a colonização das ilhas que a acção do Homem tem vindo
a provocar alterações nos ecossistemas e nas espécies que os constituem,
levando por vezes à sua extinção. O Património natural está cada vez mais
ameaçado de destruição, não apenas pelas causas naturais, mas principalmente
pela evolução da vida social e económica. Nos últimos anos, o recurso a uma
agricultura pouco correcta de monocultura da vaca associado ao uso de
maquinaria pesada, levou a um aumento da área de pastagem em detrimento da
vegetação natural. A plantação de matas de produção com espécies exóticas como
a Criptoméria e o Eucalipto tem conduzido a uma destruição do coberto vegetal e
à degradação dos habitates naturais. A introdução de espécies exóticas é
actualmente uma das principais causas de degradação da vegetação, representando
uma ameaça constante à sobrevivência do património natural. Espécies como o
Incenso (Pittosporum undulatum), a Roca-da-velha ou conteira (Hedychium
gardneranum), a Fona-de-porca (Solanum mauritiaum), o Ricínio (Ricinus commnis)
e o Senécio (Senecis petasitis) são hoje infestantes que invadem as zonas de
vegetação natural, alterando profundamente o aspecto da paisagem açoriana. A
construção de infra-estruturas como estradas, caminhos florestais e zonas de
recreio, a construção, muitas vezes desregrada de habitações, os depósitos de
lixo e entulho, têm também contribuído grandemente para a destruição da
vegetação natural com a consequente ameaça de extinção das espécies endémicas.
Espécies antes abundantes, estão hoje em risco de desaparecerem. Algumas delas
já dificilmente se encontram na natureza, outras, requerem medidas que visem a
sua protecção.
É fundamental salvaguardar um património que é nosso e é
essencial à sobrevivência da nossa geração e das gerações futuras. Não
abandonar lixo na Natureza, não desperdiçar recursos naturais como a água, não
arrancar ou destruir exemplares de vegetação natural e respeitar a vida
selvagem, são formas de contribuir para a preservação das espécies endémicas.
Encontram-se em todas as ilhas açorianas cerca de 300
espécies endémicas de artrópodes, distribuídas em habitats muito
diversificados, tais como cavidades vulcânicas, campos de lava, florestas
naturais, etc.
Em relação aos mamíferos, ocorrem nos Açores de forma
natural, 25 espécies, maioritariamente marinhas, 24 das quais correspondem a
cetáceos (baleias e golfinhos) além de 460 espécies de peixes distribuídas por
142 famílias. Na região açoriana ocorrem ainda 5 das 7 espécies de tartarugas
existentes no mundo entre as quais a mais abundante, a tartaruga careta
(Caretta caretta) e duas outras que consistem numa espécie endémica terrestre,
que são os únicos dois mamíferos autóctones do arquipélago: O
Morcego-dos-Açores (Nyctalus azoreum) e o Priôlo (Pyrrhula murina)
Alguns animais endémicos dos Açores:
Garajau
Comum
Mocho dos Açores
Alguns dos muitos cetáceos, mamíferos e outros moluscos
marinhos encontrados nos Açores:
Tubarão baleia (Rhincodon typus)
Tartaruga verde (Chelonia mydas)
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