Em
época recuada, existia, no lugar onde hoje fica a freguesia das Sete Cidades,
um reino próspero e aí vivia uma princesa muito jovem, bela e bondosa, que
crescia cada dia em tamanho, gentileza e formosura. A princesa adorava a vida
campestre e frequentemente passeava pelos campos, deliciando-se com o murmurar
das ribeiras ou com a beleza verdejante dos montes e vales.
Um dia, a princesa de lindos olhos azuis, durante o seu
passeio, foi dar a um prado viçoso onde pastava um rebanho. À sombra da ramagem
de uma árvore deparou com o pastor de olhos verdes. Falaram dos animais e de
outras coisas simples, mas belas e ficaram logo apaixonados.
Nos dias e semanas seguintes encontraram-se sempre no
mesmo local, à sombra da velha árvore e o amor foi crescendo de tal forma que
trocaram juras de amor eterno.
Porém, a notícia dos encontros entre a princesa e o
pastor chegou ao conhecimento do rei, que desejava ver a filha casada com um
dos príncipes dos reinos vizinhos e logo a proibiu de voltar a ver o pastor.
A princesa,
sabendo que a palavra do rei não volta atrás, acatou a decisão, mas pediu que
lhe permitisse mais um encontro com o pastor do vale. O rei acedeu ao pedido.
Encontraram-se pela última vez sob a sombra da velha
árvore e falaram longamente do seu amor e da sua separação. Enquanto falavam,
choravam e tanto choraram que as lágrimas dos olhos azuis da princesa foram
caindo no chão e formaram uma lagoa azul. As lágrimas caídas dos olhos do
pastor eram tantas e tão sentidas que formaram uma mansa lagoa de águas verdes,
tão verdes como os seus olhos.
Separaram-se, mas as duas lagoas formadas por lágrimas,
ficaram para sempre unidas e são chamadas de Lagoas das Sete Cidades. Uma é a
Lagoa Azul, a outra é a Lagoa Verde e em dias de sol as suas cores são mais
intensas e refletem o olhar brilhante da princesa e do pastor enamorados.
Fonte: http://noveilhas.no.sapo.pt/Lendas.htm
Sem comentários:
Enviar um comentário