A arquitectura
dos Açores caracterizou-se, ao longo dos séculos, pela influência da especial
geografia das ilhas e pelo papel destas na Expansão Portuguesa – em que o
povoamento e a edificação de urbes e casas correu a par dos outros arquipélagos
na chamada Macaronésia – Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e até as
Canárias.
Assim nasceu e
consolidou-se uma arquitectura característica, patente nas cidades, vilas e
povoações (desenvolvidas estas, quase todas, desde os séculos XV-XVI), bem como
nos espaços rurais, expressa em obras de feição muito própria e original,
devido à base genética da cultura mediterrânea-atlântica, ao uso da pedra negra
local, vulcânica, e ao específico “mundo da insularidade” – que inclui o
binómio isolamento/viagem, a religiosidade (católica e popular), a
instabilidade (vulcanismo, sismos, tempestades), e a ruralidade. Esta arquitectura
foi-se definindo ao longo da Idade Moderna, depois da tentativa
Gótico-Manuelina, no quadro de um classicismo “Chão” e de um decorativismo
barroquizante, contando ainda com períodos Romântico e Neo-clássico – em etapas
sempre cruzadas por um profundo sentido vernáculo das formas e dos espaços.
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