Vulcão dos Capelinhos




O Vulcão dos Capelinhos é um dos geositios do Faial e dos Açores, portanto vou contar um pouco da sua história.
Toda a população Faialense e muitos outros de outras ilhas, conhece minimamente a historia do deste Vulcão, que era submarino e tornou-se aéreo.

Claro que infelizmente quem viveu nessa altura não poderá ter as melhores lembranças. Principalmente após o dia 27 de Setembro de 1957, que foi quando tudo começou após 12 dias de abalos sísmicos. Foi junto ao ilhéu dos Capelinhos, que começou a erupção, nessa altura como o vulcão era submarino e o tipo de efusão foi surtseiana e prolongou-se durante 7 longos meses para quem viveu isso tudo.
Como haviam períodos de maior e menor atividade foi nestes últimos, que devido a afundamentos das vertentes do cone(1) levaram à submersão da Ilha Nova ( esta ilha formou-se logo no inicio da atividade vulcânica e atingiu 100 m de altitude. Mas as frequentes emissões das cinzas vulcânicas criaram novas ilhas que se foram ligando ao Costado da Nau (antiga costa da Ilha do Faial) através de um istmo.

Foi em Dezembro do mesmo ano ocorreu a fase subaérea e efusiva e prolongou-se até Maio de 1958. Foi neste mês, mais precisamente na noite de 12 para 13 que ocorreram cerca de 450 sismos, o que abriu fendas nas estradas e a maioria das casas do Capelo ficaram destruídas, o que também aconteceu a algumas casas dos Salão, Cedros e Praia do Norte. Contou-me uma senhora em S. Roque do Pico, vizinha minha, que se lembra que não podiam estender roupa porque ela ficava toda escura (das cinzas que os ventos levavam).












Todo este “pesadelo” começou a acabar perto de Setembro do mesmo ano (1958) e foi a 24 de Outubro que se pode ver a ultima emissão de lavas. Foram passados 13 meses que este vulcão “resolveu” adormecer estando assim até aos dias de hoje. Foi a erupção mais longa que aconteceu cá nos Açores.

A ilha do Faial cresceu cerca de 2,4 km2 mas a sua população diminui para metade, tendo sido o país de destino a América graças ao Consulado Americano que após ter sido “avisado” enviou vistos para as vitimas que estavam desalojadas, mas mesmo assim não houve vítimas mortais.


O farol dos Capelinhos ficou parcialmente coberto por cinzas e o acesso a ele ficou degradado e permaneceu assim quase até 2008, que foi quando inauguraram o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, de modo a preservar a paisagem que foi afetava pela erupção.





No Centro pode encontrar-se vídeos, fotos e exposições desde o inicio da erupção até hoje, e também pode-se subir ao farol.
Para ver mais fotos da erupção clique aqui.




(1) para quem não saiba cone vulcânico é a estrutura geológica que se forma em torno da cratera que resulta da acumulação de tudo o que é expelido numa erupção.



Fonte das imagens: 
http://siaram.azores.gov.pt/vulcanismo/vulcao-capelinhos/erupcao/16.html
http://siaram.azores.gov.pt/vulcanismo/vulcao-capelinhos/galeria/1.html
http://siaram.azores.gov.pt/centros-interpretacao/ci-capelinhos/galeria/4.html

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