Investigador defende programa para monitorização regular de águas-vivas nos Açores


© Renato Garcia / Luís Silva in mytopfm


Não é novidade que no passado verão, várias zonas dos Açores, foram presenteadas pela presença de uma forte concentração de águas-vivas (alforrecas) nas zonas balneares.
Em São Miguel, nos últimos 15 dias do ano, alguns banhistas testemunharam o mesmo, visto isto ser pouco frequente nesta altura do ano, surge uma grande preocupação. 

O Docente, João Gonçalves, do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores defendeu ontem a criação de um programa que tem como objectivo a "monitorização regular das águas-vivas", visto não existir nenhum sistema geral de monitorização para este tipo de organismos, permitindo assim o estudo e, possível, resolução do problema. 

Existem dados científicos que as águas-vivas surgiram com maior frequência no passado verão de 2014, o Docente garante que o surgimento de um forte aglomerado das mesmas pode originar de diferentes factos naturais, como a alteração do regime dos ventos, acabando por originar uma acumulação na costa dos mais diversos resíduos e águas-vivas. Os anos mais quentes também tendem para uma criação maior de águas-vivas.

Ao entender do docente, esta monitorização irá disponibilizar informação importante para os banhistas e indicadores científicos interessantes sendo que este irão surgir 5 anos após a implementação do projecto. Podendo assim verificar se estão a ocorrer alterações no ecossistema e se os fenómenos acima indicados se verificam. As pessoas acabam por ficar alarmadas com este tipo de alterações visto não perceberem o porquê. Salienta também que a região tem um projecto, na área das pescas, deste género, O POPA, projecto de observação das pescas dos Açores, permitindo uma vasta recolha de informação.

O Docente garante que está na altura de criar um projecto de observação das águas-vivas e resíduos, a longo prazo, envolvendo todo o arquipélago. Considerando que " São questões que deveriam merecer projectos de longo prazo, até porque, nas directivas comunitárias, a estratégia marinha obriga a uma atenção dos países sobre estes assuntos. E é uma pena não haver uma entidade que dinamize um estudo de longo prazo sobre estes fenómenos"

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