A Campanha S.O.S Cagarro
2016, contou pela primeira vez com a ajuda das Brigadas dedicadas do programa
“Ciência Cidadã”, concebido pela Direção Regional dos Assuntos do Mar (DRAM),
em parceria com investigadores do Instituto do Mar e Departamento de
Oceanografia e Pescas das Universidade dos Açores (IMAR – DOP/UAç), com o apoio
dos Parques Naturais de Ilha (PNIs)” e do Observatório do Mar dos Açores
(OMA).
Estas brigadas dedicadas
para além de auxiliarem no salvamento dos cagarros juvenis, também procederam à
recolha informação com vista a ajudar a comunidade científica na criação de
medidas de conservação da espécie.
Desde 1995, que o Governo Regional dos Açores realiza
a Campanha S.O.S. Cagarro que tem como objetivo principal alertar a população
açoriana para a necessidade de preservação desta espécie protegida.
Esta Campanha decorre anualmente entre 15 de outubro e
15 de novembro, período que coincide com a saída dos cagarros juvenis dos
ninhos para o primeiro voo transoceânico.
Este ano e pela primeira vez a Campanha contou com o
apoio das brigadas dedicadas do programa ‘Ciência Cidadã’ cujo objetivo não é
só resgatar os cagarros através dos tradicionais salvamentos, mas também
recolher dados e informação mais precisa e útil que auxilie a comunidade
científica, a tomar medidas de conservação da espécie.
A DRAM lançou o repto ao OMA que de imediato abraçou a
ideia. “Como sabemos que as pessoas gostam destas iniciativas, aceitámos o
desafio e em parceria com as investigadoras do IMAR-DOP/UAç organizamos as
brigadas científicas de modo a que o maior número de dados válidos fossem
recolhidos, ao mesmo tempo que partilhamos informação sobre esta espécie
emblemática”, explicou a bióloga do OMA, Joana Cruz ao Tribuna das Ilhas (TI).
Assim, todos os dias entre 25 de outubro e 7 de
novembro, altura em que os cagarros deixam os ninhos, duas equipas inscritas,
compostas por cidadãos comuns, encontravam-se na Fábrica ao início da noite.
“Depois de uma pequena explicação acerca da campanha, das aves, do porquê e
como capturar as aves, cada equipa seguia um trajecto pré-definido, uma para
costa norte e outra para a costa sul do Faial, capturando os cagarros que
avistassem no percurso, recolhendo a hora e a posição GPS, bem como o
avistamento de gatos”, esclarece a bióloga.
TI integrou uma brigadas, acompanhando Noélia, uma das
técnicas do OMA destacada para este programa. 19h30 era a hora marcada para o
início da atividade. Após o briefing, a nossa equipa seguiu para o lado norte,
desde a fábrica da Baleia até ao Porto Comprido, enquanto a outra percorreu o
lado sul terminando no Capelo, com passagem pelo Aeroporto.
Lá seguimos viagem, a velocidade reduzida, com olhos
postos na estrada, atentos a cagarros e gatos que avistássemos. Cerca de três
horas e 77kms depois estava completo o nosso trajeto. Voltamos ao ponto de
partida sem registo de cagarros, mas com oito gatos avistados.
Segundo Joana Cruz, a importância de registar a
presença destes felinos deve-se à problemática da predação de cagarros por
parte destes animais. A bióloga esclarece que “este é já um assunto conhecido e
ocorre não só na fase em que as crias estão sozinhas no ninho, havendo na ilha
do corvo imagens de vídeo de gatos a matarem as crias no interior do ninho, mas
também nesta fase em que as aves se encontram fragilizadas na beira da
estrada”.
“Em todas as noites que as brigadas percorreram os
trajetos foram avistados gatos, tendo uma delas encontrado um a comer um cagarro”,
revela.
Fonte: http://tribunadasilhas.pt
Escrito por Susana Garcia
Ana Cabrita
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