Espalamaca


É do seu tempo?
Imagens dos anos 70 da embarcação que fazia a viagem Pico-Faial e imagens do ano 87 da chamada Areia Funda na Vila da Madalena do Pico.


Durante décadas o transporte marítimo no canal Pico/Faial foi assegurado por várias lanchas, tendo a lancha “Espalamaca” assumido esse serviço a partir da década de 50 do século XX, perdurando ainda na memória de muitos os valorosos serviços prestados na mobilidade de pessoas e carga entre essas duas ilhas até à última década do século passado.
Naquela época, os habitantes da ilha do Pico dependiam daquele transporte marítimo para a antiga sede de distrito, a cidade da Horta, para se deslocarem a serviços aí existentes, ao hospital ou até mesmo para prosseguirem estudos depois do primeiro ciclo.


Lancha "Espalamaca", em dia de mar bravo no cais da Madalena do Pico, anos 50/60 séc XX -

www.casadotriangulo.com
  Relatos históricos dão conta que a “Espalamaca”nasceu de uma embarcação resultante da junção de duas outras lanchas, a “Odete” e a “Maria Otília”. Foi em 1949 que o mestre construtor Manuel José da Silveira (o mestre Janeiro), transformou, no Cais do Pico, aquela embarcação na “Espalamaca”. Uma década mais tarde, pelas mãos do mesmo mestre volta a ser transformada, visando a melhoria da sua operacionalidade. Em 1966, no estaleiro de Santo Amaro, o mestre Júlio de Matos deu-lhe a configuração que se manteve até à presente data, tendo regressado ao estaleiro em 1976 para substituir os motores e equipada com Radar.



Retirada do serviço na década de 90 do século XX, jaz em avançado estado de degradação no Porto da Madalena do Pico.
Fonte de informação: ttp://base.alra.pt:82/Doc_Intervencao/I1345.pdf

A "ESPALAMACA" é um dos mais emblemáticos exemplos de património material, construida com os melhores materiais, pelas mãos de grandes mestres do mar e conduzida por marinheiros destemidos, fruto da inteligência e sabedoria aliada ás necessidades do povo açoriano, esta embarcação navegou pelos mares do Tiângulo muitas vezes em condições que nos parecem impossiveis.
O que conheço da "Esplamaca"é a imagem que apresento a cima e as histórias que meus avós e povo mais antigo relatam.
Recuperar esta embarcação seria uma lindíssima homenagem aos mestres que a conceberam e que a manobraram, bem como a todos que conhecem suas histórias.
"Os populares Açorianos consideram que a “Espalamaca” é“um pedaço da história do empreendedorismo e superação das dificuldades de outrora” e “um testemunho da capacidade e da qualidade de manufatura naval que já existiu nos Açores no século passado."
                                                                                                                       Tribuna das Ilhas
“Durante a crise sísmica de 1964, em São Jorge, respondendo ao pedido de socorro emitido no dia 18 de Fevereiro, apesar do mar tempestuoso, foi a primeira embarcação a chegar, cerca das 13 horas e 30 minutos, à baía de Velas e, aproveitando uma acalmia do mar, fez-se ao cais tomando algumas pessoas que transportou para a Horta.”


Andreia Goulart                                                                                                         

Sem comentários:

Enviar um comentário