Baleia-azul ("Balaenoptera musculus") nas águas dos Açores, em frente à Ilha do Pico |
Em 1984 terminou nos Açores o ciclo da caça à baleia. Mas em
1987, nas imediações da Ilha do Pico, apanhou-se a última baleia com lança e
arpão como nos anos de 1850. Hoje, constitui um valioso património – testemunho
do passado e estímulo para o futuro.
No concelho das Lajes, as baleias continuaram presentes em
inúmeros elementos da vida material e espiritual dos lajenses.
No porto, como
que a desafiar o mar, uma escultura monumental de Pedro Cabrita Reis homenageia
a memória dos baleeiros.
Quase em frente ao monumento aos baleeiros, o Museu
dos Baleeiros, instalado em antigas casas de botes baleeiros, um dos mais
importantes testemunhos da cultura material baleeira.
Todo o concelho é como um
museu, aliás: vigias de baleias no Arrife (Ribeiras), Queimada (Lajes do Pico)
e (Calheta de Nesquim, botes, lanchas e casas de botes (Lajes do Pico e Calheta
de Nesquim), estão um pouco por todo o lado. O "traiol" em frente à
rua da Pesqueira na Vila. A Fábrica da Baleia. Como a
arquitectura de "torres" ou "torrinhas" de madeira e outros
elementos característicos, em especial na sede do concelho.
Uma das mais
valiosas formas de arte popular ligada à baleação, é a actividade de
"scrimshaw" – gravação artesanal em osso ou dente de cetáceo.
Os
antigos botes baleeiros foram objecto de recuperação, nuns casos, noutros de
replicação de originais.
Além do seu significado simbólico, são usados ainda em
brilhantes regatas em toda a ilha, ocupando os meses de Junho a Setembro de
cada ano.
A crescente actividade turística tem na observação de baleias (e
toninhas e golfinhos) o motivo principal.
E todos os anos, a grande Semana dos Baleeiros termina no
domingo com a Procissão de Senhora de Lourdes: padroeira dos baleeiros desde
que em finais de 1882 a Santa salvou vários baleeiros que no meio de uma grande
tempestade tentavam entrar no porto das Lajes do Pico. O fim da procissão é
marcado com o Sermão da Pesqueira e o Ritual Baleeiro, forma ritualizada da
devoção dos "velhos lobos-do-mar" à Santa que os protege – ainda.
Fonte: http://cm-lajesdopico.pt/index.php/lajes-do-pico/historia#património-baleeiro
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