A
casa de Artesanato da Fajã dos Vimes abriu portas há não muito tempo, porém, já
à cerca de 34 anos que as fundadoras desta casa praticavam esta actividade.
Aponta-se
como uma das primeiras artesãs desta Fajã a Sra. Rosa São José de Sousa que
aprendeu este ofício no local através de antepassados seus, ensinando-o na sua
altura às irmãs Nunes, artesãs que fundaram esta casa de artesanato.
Embora
já tenha falecido, esta primeira artesã deixou inúmeros tesouros, entre os quais
os planos dos desenhos para as colchas e uma colcha que hoje em dia conta com
mais de 100 anos! Como forma de preservar este ofício na Fajã a Sra. Rosa São
José de Sousa ensinou este ofício a cerca de 60 raparigas, todas elas naturais
deste sítio.
Esta
casa de artesanato pertence às irmãs Alzira e Carminda Nunes, aprendizes da
Sra. Rosa São José de Sousa, que iniciaram este ofício tanto por gosto como por
ser um meio de ganhar a vida. Neste momento são as únicas artesãs desta casa.
Esta
casa de artesanato, à semelhança do que acontece por todo o país, também se
ressentiu com a crise em que vivemos, obtendo menos lucro do que era habitual,
situação que também é ajudada pelo facto de não haver exportação deste
artesanato, saindo da ilha apenas da ilha aquilo que é comprado por habitantes
de outros locais. Embora produzam todo o ano, é no Verão que obtém maior lucro
e visitas de interessados. Estes visitantes, quando pretendem comprar alguma
peça, geralmente demonstram mais interesse nas famosas colchas. Uma colcha de
tamanho pequeno tem as dimensões de 2,10 metros de largura por 2,50 metros de
comprimento e demora cerca de 7 dias a ser feita com o trabalho das duas
tecedeiras a trabalhar cerca de 12 horas por dia. As colchas de tamanho grande
têm de dimensões cerca de 2,50 metros de largura por 3 metros de comprimento.
Fazem-se
outras peças além de colchas, como painéis, tapetes, pegas, etc., porém, estas
são menos procuradas.
De
todos os visitantes os mais interessados na compra destes produtos são os que vêm
de fora da Ilha, essencialmente os Açorianos provenientes de outras ilhas e os
continentais. Os Jorgenses também procuram algumas peças, porém, geralmente
para oferta.
Durante
visitas tanto portugueses como estrangeiros ficam fascinados com este ofício
pois acham interessante que, num mundo governado pela tecnologia como é o
nosso, o artesanato ainda seja elaborado completamente de forma artesanal. Além
disso fazem várias perguntas, sendo mais frequentes as questões acerca do
início da prática desta actividade, o tempo de elaboração de uma colcha e os
materiais utilizados na elaboração desta.
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