A Igreja Matriz de São Sebastião, localiza-se na freguesia de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira.
Foi construída pelos primeiros povoadores da ilha em 1455, tendo sofrido diversas obras de conservação durante o século XVI, mais precisamente as iniciadas em 1568, dado que a sua capela-mor encontrava-se bastante arruinada. Nesta data foram acrescentados alguns elementos construtivos ao templo.
A 8 de maio de 1789 o seu interior foi atingido por um grande incêndio, sendo que as as obras de recuperação foram concluídas em 1795. Com estas obras foram cobertas grandes partes da estrutura original em pedra, assim como muitas das pinturas até então existentes nas paredes, tendo-lhe sido banalizado o frontispício.
Apenas na segunda metade do século XX, a partir de 1964, é que se iniciou uma intervenção de restauro, por iniciativa da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
Características:
O templo, de pequena altura, destaca-se pelos seus portais em estilo manuelino, arcos e abóbadas nervurados e afrescos tardo-medievais, únicos no arquipélago.
O portal, que data dos finais do século XV, apresenta-se em ogiva assente sobre colunelo de capitéis lavardos onde se destaca um ornamentação vegetal. As duas portadas lateriais embora mais simples, datam do mesmo período.
O interior do templo encontra-se dividido em três naves, uma central e duas laterais, separadas por seis arcos de volta perfeita e de aresta chanfrada, que assentam em colunas de fuste cilíndrico, capitéis e bases simples.
A nave central, a mais alta, era iluminada por três pequenas frestas de cada lado.
Ao centro da capela-mor encontra-se a imagem de Nossa Senhora da Conceição, sendo que ao seu lado encontram-se imagens de São Sebastião e de São Bartolomeu.
Na nave do lado do Evangelho, ao fundo, encontra-se a capela do Santíssimo Sacramento e na parede lateral, uma capela funda, onde se encontra, as imagens do Senhor dos Passos, e a do Senhor Jesus do Bom Fim e Almas.
Na nave do lado da Epístola, destaca-se um raro conjunto de afrescos tardo-medievais, únicos no arquipélago, constituídos por cinco painéis, descobertos em 1935, pelo então vigário Joaquim Esteves, até então cobertos por cal. O primeiro representa São Martinho; o segundo Santa Bárbara; o terceiro, a aparição de Jesus a Maria Madalena, sendo o único em que se lê uma legenda que refere: "Dyse Xpõ a Madalena melhor nõ me toques"; o quarto de São Sebastião; e o quinto, em que se vêm São Joaquim e Santa Ana.
Com o passar do tempo foram-se aos poucos construindo várias capelas, como foi o caso em 1908, com a edificação da Capela das Almas, ou com a Capela manuelina de Nossa Senhora da Encarnação, a Capela absidal de Nossa Senhora do Rosário, entre outras que este templo apresenta.
A torre sineira tem sob o seu sopé o baptistério, cuja data de construção remonta ao século XVII e é de abóbada de cantaria.
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