Chá branco dos Açores desperta interesse de apreciadores de todo o mundo

O chá branco dos Açores, na variante Índia, projeto-piloto que está a ser expandido na ilha de São Miguel e visa colaborar para diversificar a agricultura da região, tem suscitado o interesse de apreciadores do mundo todo.
À agência Lusa, o Diretor Regional da Agricultura, Fernando Moniz Sousa, esclareceu que desde o final do século passado foi introduzida a variante Índia da planta em campos de experimentação do Serviço de Desenvolvimento Agrário da ilha de São Miguel, nas Sete Cidades e na Ribeira Grande, ocupando atualmente uma área total de 2.200 metros quadrados.
As folhas desta variante, colhidas entre Abril e Outubro, têm servido para a produção de chá branco, nomeadamente o “agulha de prata”, tido como “o topo de gama dos chás, por ser o menos processado”.
Além da variante Índia, existe a variante China (esta introduzida nos Açores no século XIX) e das duas é possível fazer vários tipos de chá.
No caso da cultura da primeira, “a folha e os gomos são grandes” e tolera mais o calor, enquanto a segunda tem uma folha muito mais pequena e “dá-se melhor em altitude mais altas, tolera mais o frio”.
“Seja que chá for, o que se tem de colher é o gomo, a primeira folha e eventualmente a segunda folha, porque isto é uma cultura industrial e a qualidade é feita no campo, não é feita em nenhuma fábrica”, referiu Clara Estrela Rego, acrescentando que “as plantas crescem sem recurso a químicos e as folhas são secas sem utilização de energia elétrica”.
A cultura do chá nos Açores remonta ao século XIX, quando foi importada a planta, na variante China, tendo surgido a indústria de transformação a partir de 1878.
Mantêm-se hoje duas fábricas em laboração, Gorreana e Porto Formoso, ambas na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, que produzem chá verde e preto da variante China.
Fernando Moniz Sousa acrescentou que está em conclusão a candidatura do chá a Denominação de Origem Protegida (DOP).
“ Éuma candidatura que está a ser conduzida pela Associação Agrícola de São Miguel”, declarou o diretor regional.
A classificação DOP é atribuída a produtos cujas produção, transformação e elaboração ocorrem numa área geográfica delimitada, com um saber fazer reconhecido e verificado.
Nos Açores estão já classificados como DOP produtos como o ananás, o mel ou o queijo de São Jorge.
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.acorianooriental.pt/noticia/cha-branco-dos-acores-desperta-interesse-de-apreciadores-de-todo-o-mundo
Patrícia Machado
 
 
 

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