A população do priolo, ave endémica dos Açores, cresceu de 500 indivíduos
em 2003 para cerca mil, dez anos depois, e já não está em risco de extinção,
segundo Joaquim Teodósio, da Sociedade Portuguesa para o Estuda das Aves.
“Temos vindo a
assistir a uma melhoria de situação em termos de população e distribuição do
priolo, com base no último censo realizado”, disse à agência Lusa Joaquim
Teodósio, que sublinhou que a espécie já não se encontra em risco de extinção
devido à implementação dos projetos ‘Life Priolo’ e ‘Life Laurissilva
Sustentável’, de que é o coordenador.
Para assinalar os 10
anos de conservação do priolo no seu habitat natural, na ilha de São Miguel, a
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a autarquia do Nordeste
estão a promover uma exposição neste concelho, que estará patente até 08 de
abril.
Joaquim Teodósio
referiu que “o declínio que se vinha a verificar em termos de população do
priolo, durante o século XX, travou e já existem sinais de recuperação da
espécie”.
O responsável pela
SPEA está “esperançoso que a ameaça de extinção não tenha sido só adiada” e que
o priolo “não volte a figurar nas listas das espécies mais ameaçadas do mundo”.
Joaquim Teodósio
considera que em termos de ‘birdwatching’ (observação de aves), o priolo é
sempre uma “grande atração” para quem se desloca aos Açores e gosta da natureza
e de conhecer o património natural do arquipélago.
O investimento feito à
volta do priolo por parte da União Europeia (2,5 milhões em 10 anos) e do
Governo dos Açores tem vindo a gerar mais-valias para a região, acrescentou.
O responsável pela
SPEA exemplifica com a cativação de verbas e impacto nas economias dos dois
concelhos onde existe o priolo (Nordeste e Povoação), através da criação de
emprego (22 postos de trabalho), que gerou a formação de equipas especializadas
na recuperação do habitat, controlo de plantas exóticas e monitorização da ave,
que constituem hoje uma referência a nível europeu e mundial.
“São mais de 150
empresas diferentes que já foram abrangidas pelos projetos do priolo através da
aquisição de equipamentos, refeições, entre outros, a par do aumento dos
turistas que nos vêm visitar e da divulgação da região na exterior”, explicou.
O responsável pela
SPEA considera que o priolo tem vindo a afirmar-se "como um símbolo não
daquele cantinho de São Miguel onde existe, mas também da região e mesmo do
país”.
A ave endémica
açoriana, cujo projeto de conservação tem verbas asseguradas até 2018, existe
especificamente no Pico da Vara e Ribeira do Guilherme, duas zonas de proteção
especial integradas no Parque Natural da Ilha de São Miguel.
Foto e fonte: http://www.acorianooriental.pt/noticia/populacao-do-priolo-dos-acores-duplicou-em-10-anos-e-deixou-de-estar-em-risco-de-extincao
Mónica Martins
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