Lajes do Pico quer que Unesco classifique cultura baleeira

A Câmara Municipal das Lajes do Pico, vai sugerir a classificação da cultura baleeira, pela Unesco, como património da humanidade, dada a sua carga histórica e as marcas no concelho daquela atividade, presentes na música, arquitetura e na literatura.
  A vila das Lajes do Pico é conhecida como a “vila baleeira” devido à importância que as atividades ligadas à caça à baleia ali tiveram.
"Sentimos que há uma alma. Há uma arquitetura, uma literatura, uma história, há uma música, há um conjunto de artefactos e de atividades que queremos trabalhar", frisou o autarca, concedendo que se trata de um longo processo, mas que já arrancou com a construção deste grupo de trabalho.
O projeto pretende também reabilitar, particularmente, o casario ligado à baleação, mas também salientar "a vertente de aprofundamento do papel de ciência na relação com os cetáceos promovendo a vila e o concelho das Lajes do Pico", referiu.
O autarca lembrou que a vila mantém visíveis memórias desta cultura baleeira, como o Museu dos Baleeiros, que funciona nas antigas casas dos botes, onde era a sede das companhias de baleação, a antiga fábrica da SIBIL, recuperada, ou ainda as lojas de artesanato, com matérias que têm origem na baleia.
"As Lajes do Pico é a vila baleeira dos Açores e queremos converter em vida a cultura baleeira", disse, destacando também as mais-valias para a população de uma eventual "notoriedade internacional" através da classificação pela Unesco (agência das Nações Unidas) que "aumentará também a exigência" em termos de preservação e aprofundamento das vivências da baleação e sua transmissão para futuras gerações.
Além disso, o primeiro bote baleeiro açoriano foi construído em finais do século XIX, nas Lajes do Pico, pelo Mestre Francisco José Machado, o 'Experiente'.
O fim da caça à baleia nos Açores, no início dos anos 80 do século XX deixou muito património abandonado, cuja recuperação começou em 1998 com a aprovação de legislação específica.
As embarcações que antigamente estavam envolvidas na caça à baleia também foram reabilitadas e são utilizadas em regatas, realizadas no verão.
 
 



 
Fonte: http://www.acorianooriental.pt/noticia/lajes-do-pico-quer-que-unesco-classifique-cultura-baleeira

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