1º Domingo de Bodos

O culto do Espírito Santo pode ser considerado como a mais representativa das heranças espirituais europeias presentes nos Açores. Possuidor de uma origem arcaica este culto marcou a identidade dos Açorianos. O culto contém diversos aspectos de um grande vanguardismo soció-religioso, ao facilitar ao homem comum o contacto com o sagrado.
Seguindo esta tradição, no 7º domingo após a Páscoa, festejado hoje, realiza-se o bodo. Neste dia realiza-se um cortejo que após sair da igreja dirige-se ao império, sendo as diversas coroas e bandeiras aí colocadas em exposição. Em frente ao império são colocadas as diversas “esmolas”, normalmente pão e vinho, de pois de abençoadas são distribuídas. Os imperadores / mordomos de cada império, recebem as pessoas que lá passam e que podem livremente servirem-se. Para além disso são arrematadas oferendas, normalmente alfenim e massa sovada.
O bodo é servido pelo mordomo e por quem ele designe, pois a existência de imperadores/mordomos é voluntária mas por vezes há pessoas que se oferecem para cumprimento de promessa feita em virtude de uma graça do Divino Espírito Santo.
Feito isto, o cortejo segue para casa do imperador/mordomo onde é servida a função do Espírito Santo, esta função é uma refeição ritual servida a um numeroso grupo de convidados por um dos irmãos, normalmente em resultado de um voto ou promessa. A refeição consiste de "sopa do Espírito Santo", o cozido de carne, pão de água, a massa sovada (um pão de massa doce e rico em ovos) e arroz doce polvilhado com canela. 
Muita da população local e visitantes, aproveitam este dia para visitar todas as freguesias, dando uma volta completa à ilha. Por isso é que existe a expressão "Correr os Bodos". 

Fontes:
Roteiro Cultural dos Açores, Presidência do Governo Regional dos Açores, 2012. 

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