É preciso "estratégia mais coerente" para gerir recursos oceânicos

O diretor do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores recomendou hoje ao Governo uma "estratégia mais coerente" para proteger os recursos marinhos e da plataforma continental português.
As riquezas existentes na enorme extensão de oceano sob a responsabilidade de Portugal obrigam a que o país tenha que definir uma estratégia que garanta uma exploração sustentável e assegure a defesa dos interesses económicos nacionais, sustentou Hélder Silva, na véspera da conferência do Rio de Janeiro sobre Ambiente (Rio+20), onde será debatida a gestão dos oceanos.
É necessário um "investimento" concreto e "uma estratégia mais coerente. Precisamos de defender e proteger os nossos interesses económicos, mas temos meios escassos e pouco adequados às necessidades de cobertura de um espaço atlântico alargado, com uma riqueza crescente e tendência para aumentar", afirmou o investigador.
Hélder Silva recordou que a zona atlântica portuguesa, com a extensão da plataforma continental, pode atingir quase quatro milhões de quilómetros quadrados, considerando ser "fundamental" a definição de prioridades nesta área.
"Nunca foi tão importante como hoje estabelecer prioridades, é fundamental que o país perceba o que é prioritário", frisou o diretor do DOP em declarações à Lusa, alertando que "se o país quer ir pelo caminho do mar, isso não se faz sem investimento".
Nesse sentido, defendeu que "atirar umas migalhas para aqui e para ali não resolve os problemas, tem que haver uma estratégia clara, uma determinação de prioridades e uma alocação de recursos de acordo com as necessidades de implementação desta estratégia".

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